ATA DA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 12-02-2009.
Aos doze dias do mês de
fevereiro do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas,
foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Beto Moesch, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Fernanda Melchionna, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Marcello Chiodo, Mauro
Pinheiro, Nelcir Tessaro, Paulinho Ruben Berta, Sebastião Melo e Valter Nagelstein.
Constatada
a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Elias Vidal, Ervino Besson, Juliana
Brizola, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nilo Santos,
Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença
e Waldir Canal. Do
EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 015/09, do Senhor Ezequiel Souza
do Nascimento, Secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do
Trabalho e Emprego; 040/09, do Senhor Ricardo Luís Lied, Chefe de Gabinete da
Governadora do Estado do Rio Grande do Sul; 10018879 e 10018883/09, do Fundo
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde; Comunicado nº 259853/09, do Senhor
Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação. Após, por solicitação do Vereador João Carlos Nedel, foi realizado um
minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Rodrigo Tomazoni dos Santos,
falecido no dia de ontem, filho do ex-Vereador desta Casa Wilson Santos. Em GRANDE
EXPEDIENTE, pronunciou-se o Vereador João Pancinha, em tempo cedido pelo
Vereador Bernardino Vendruscolo. A seguir, o Senhor Presidente informou que
hoje, às dezesseis horas, comparecerão neste Legislativo os Secretários Luiz
Afonso Senna, Maurício Dziedricki e Virgílio Costa, respectivamente Secretário
Municipal de Mobilidade Urbana, Secretário Municipal de Obras e Viação e
Secretário Municipal Substitutivo de Gestão e Acompanhamentos Estratégicos,
para reunião acerca do acesso viário à Câmara Municipal de Porto Alegre.
Também, registrou ter assinado hoje o Edital da Audiência Pública a ser
promovida por este Legislativo no dia cinco de março do corrente, para debate
do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 020/08, tendo se manifestado a
respeito o Vereador Alceu Brasinha. Ainda, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca da tramitação, neste Legislativo, dos Projetos para os
quais foi solicitado desarquivamento pelos Senhores Vereadores e pelo Prefeito
Municipal. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Ervino Besson,
deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento do Projeto de
Lei do Legislativo nº 218/08 (Processo nº 5325/08). Em GRANDE EXPEDIENTE,
pronunciou-se o Vereador Beto Moesch. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se
os Vereadores Mauro Pinheiro, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib e João Carlos Nedel. Na oportunidade, o Vereador Engenheiro
Comassetto cedeu seu tempo em Comunicações ao Vereador Mauro Pinheiro. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Dr. Thiago Duarte, Paulinho
Ruben Berta e DJ Cassiá. A seguir, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”,
do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL à Vereadora Sofia
Cavedon, que relatou sua participação, em Representação Externa deste Legislativo,
em debates acerca das diretrizes para a educação de jovens e adultos,
promovidos pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade
– SECAD – do Ministério da Educação, do dia dez ao dia onze de fevereiro do
corrente, em Brasília – DF. Em prosseguimento, nos termos do artigo 94, § 1º,
alínea “g”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador
Pedro Ruas, que relatou sua participação, em Representação Externa deste
Legislativo, no Congresso da LER e de
fundação da NPA, do dia cinco ao dia oito de fevereiro do corrente, em Paris,
França. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se a Vereadora Sofia
Cavedon e os Vereadores João Antonio Dib e Haroldo de Souza. Na ocasião, foi apregoado Requerimento de
autoria da Vereadora Sofia Cavedon, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, no
Curso de Formação para as Equipes Diretivas das Escolas Municipais de Vacaria,
nos dias dezesseis e dezessete de fevereiro do corrente, no Município de
Vacaria – RS. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão,
os Projetos de Lei do Executivo nos 002, 003, 001 e 004/09, os dois
últimos discutidos pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos de Resolução nos
012, 014, 036 e 050/08; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do
Executivo nos 021 e 020/08, este discutido pelos Vereadores Sofia
Cavedon, Mauro Pinheiro, Reginaldo Pujol e Maria Celeste, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 252/08 e o Projeto de Lei do Executivo nº 054/08. Na ocasião, o
Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca das normas regimentais
atinentes à inscrição e pronunciamento dos Senhores Vereadores durante o
período de Pauta. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Luiz Braz.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se o Vereador Adeli Sell. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, pronunciou-se o Vereador Valter Nagelstein.
Às dezesseis horas e quarenta e oito minutos, o Senhor Presidente informou que
nada mais havia a tratar e declarou encerrados os trabalhos, convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo,
Adeli Sell e Toni Proença e secretariados pelos Vereadores Nelcir Tessaro e
João Carlos Nedel. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim
e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo
quórum, passamos ao
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento):
Ontem faleceu num acidente, em Santa Catarina, o jovem Rodrigo Tomazoni dos
Santos, filho do nosso ex-Vereador Wilson Santos.
Em
sua homenagem, solicito que seja feito um minuto de silêncio.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
A Mesa defere de pronto o Requerimento.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. João Pancinha está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de
tempo do Ver. Bernardino Vendruscolo.
O
SR. JOÃO PANCINHA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público do Canal 16,
ocupo este espaço hoje, que cabe ao Ver. Bernardino - e já agradeço pela
cedência do tempo -, para falar de um tema que venho comentando há algum tempo,
nesta tribuna, com relação à dificuldade do Poder Público, não só da Capital,
mas do Estado - e isso é reconhecidamente internacional - em resolver os
problemas das comunidades mais necessitadas. Sou um árduo defensor de que o
terceiro setor, as organizações não-governamentais, Lions, Rotary, Maçonaria
participem ativamente, visando a melhorar a situação das nossas comunidades. E
trago, aqui, hoje, mais uma vez, a questão dos bancos sociais.
O
Rotary, no final da década de 90, iniciou as tratativas - porque uma das
preocupações do Rotary é a erradicação da fome no mundo, assim como fez na
campanha da poliomielite, em que patrocinou, a partir de 1985, a campanha de
vacinação, empregando mais de 400 milhões de dólares nesse programa -, o novo
passo, e o novo projeto do Rotary seria a erradicação da fome no mundo. Visando
a isso iniciou as tratativas para a criação do Banco de Alimentos no final da
década de 90. Visava a angariar alimentos não-perecíveis que muitas vezes são
colocados fora por falta de utilização no momento adequado. Então, a partir daí
foi criado este Banco de Alimentos, hoje fazendo parte dos Bancos Sociais da
FIERGS.
O
Banco de Alimentos estimula o voluntariado entre as pessoas físicas e a área
corporativa, promovendo a sustentabilidade social. Hoje o Banco de Alimentos
entrega mais de 200 toneladas/mês para as entidades credenciadas através do
voluntariado.
Nós, hoje, o Banco de Alimentos, originado aqui em Porto Alegre, já temos Bancos de Alimentos em mais de dez cidades do Interior, e no Brasil foi criado agora, também, nos mesmos moldes, com o modelo daqui de Porto Alegre, o Banco de Alimentos do Rio Janeiro, e ele fornece e ajuda exatamente quem precisa.
Eu
tenho dito que pessoas voluntárias, gente capacitada e com vontade de ajudar
nós temos; nós precisamos é criar condições para que essa parceria seja feita,
Ver. Marcello Chiodo. Para isso precisamos lutar, lutar realmente para que
essas parcerias sejam viabilizadas.
A
partir de um determinado tempo também foi criada uma série de bancos sociais
originada pelo Banco de Alimentos. Claro que o Banco de Alimentos, hoje, é a
mola mestra dos bancos sociais, e, para se ter uma idéia, de 2000, quando foi
criado, a 2008, o Banco de Alimentos já forneceu e distribuiu mais de 10
milhões de quilos de alimentos a entidades cadastradas, devidamente
cadastradas; são creches comunitárias, asilos, órgãos e entidades, Ver. Valter,
que realmente necessitam dessa parceria, e o Banco de Alimentos proporciona
isso. Em um sábado por mês é feita a arrecadação de alimentos em supermercados
da Capital. Essa arrecadação vai diretamente para o Banco de Alimentos, é
armazenada e distribuída às comunidades cadastradas. Além do Banco de
Alimentos, Dr. Raul, foi criado também o Banco de Livros, o Banco de Refeições
Coletivas, o Banco de Mobiliários, Banco do Vestuário, Banco de Computadores,
Banco de Materiais de Construção, Banco de Tecido Humano, Banco de Projetos
Comunitários, Banco de Resíduos, Banco de Voluntários, Banco de Dados, Banco de
Órgãos e Transplantes e Banco de Medicamentos.
Eu
vou me deter um pouco aqui, Ver. Dr. Thiago e Ver. Dr. Raul, nossos médicos
aqui, de plantão, sobre o Banco de Tecido Humano. E eu vou me permitir ler, Dr.
Raul, o texto que tenho aqui (Lê.): “Criado com apoio financeiro e em
funcionamento na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, o Banco de Tecido
Humano - a pele - obteve, em 2008, o Alvará nº 01 do País. Isso significa que
está autorizado, junto ao Ministério da Saúde, a captar pele de pessoas
falecidas. No primeiro trimestre do ano ocorreu a criação do Centro de Medicina
Regenerativa da Santa Casa, o que permite pesquisas com células-tronco a partir
da pele humana. Além disso, durante o ano passado, o Banco de Tecido Humano
realizou 4.675 cirurgias restauradoras em jovens e adultos carentes, sem nenhum
custo para esses cidadãos”.
O
Sr. Dr. Raul: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Pancinha, é com
satisfação que eu vejo a sua manifestação a respeito dos Bancos Sociais, e
especialmente em relação às entidades não-governamentais, que tanto trabalham
para que as coisas aconteçam melhor na sociedade. Aí nós temos o Rotary, o
Lions, também, do qual faço parte. O Lions também é engajado a essa campanha do
Banco de Alimentos, e nós temos as próprias entidades públicas que também vão
se somar, como é o caso da Prefeitura de Porto Alegre, que hoje tem um convênio
com o Banco de Alimentos, para melhor distribuir toda esta arrecadação, que não
é só de alimentos não-perecíveis, mas também de alimentos perecíveis, e isso é
muito importante para a sociedade. E essa questão do Banco de Tecido Humano é
uma inovação fantástica e ajuda milhares de pessoas. Cada vez nós queremos
expandir mais esse processo no sentido de ajudar nas questões ligadas à Saúde
pública.
O SR. JOÃO PANCINHA: Muito obrigado
pelo seu aparte, Ver. Dr. Raul.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Meu querido Ver. Pancinha, V. Exª hoje
está tocando num ponto de extrema importância no seu pronunciamento. Nós sabemos
e acompanhamos o que representa para muitas entidades o Banco de Alimentos, que
é controlado pelo Dr. Paulo Renê. Sem dúvida nenhuma, o recrutamento de
voluntários na área social alivia o sofrimento de muita gente.
E veja V. Exª que, quando fui Diretor da CEASA, nós
criamos ali uma estrutura, como um banco de alimentos, para o reaproveitamento
de hortifrutigranjeiros, mas ainda nós temos muito que trabalhar nessa área.
Nós temos uma perda, principalmente na linha de frutas, de
hortifrutigranjeiros, de algumas qualidades que passam da ordem de 30%. O
Chile, hoje, é um dos países de maior exportação de frutas do mundo, e quando
eles perdem 3% ou 4%, isso para eles é um horror. Eles acham muita coisa. E nós
não podemos perder 30% de algumas qualidades de frutas.
Portanto, V. Exª abordou um assunto importante. Nós
temos que mudar o nosso sistema e devemos, juntos, nos engajar para que muitos
daqueles alimentos que seriam perdidos possam ser aproveitados, aliviando assim
a fome de muita gente. Sou grato a Vossa Excelência.
O SR. JOÃO PANCINHA: Obrigado, Ver.
Ervino Besson, V. Exª coloca uma situação extremamente importante e
preocupante, porque o Banco de Alimentos, a partir de determinado momento,
contratou nutricionistas justamente para o reaproveitamento ou o
aproveitamento, melhor dizendo, de alimentos perecíveis e não-perecíveis que
eram jogados fora, porque os supermercados necessitam aproveitar o material e
têm um tempo para isso.
O Sr. Paulinho Ruben Berta: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pancinha, a Associação de Moradores
do Rubem Berta, hoje, em parceria com o Banco de Alimentos, por intermédio do
Dr. Paulo Renê, formou um núcleo de hortifrutigranjeiros, e ele próprio, em
parceria com o Banco, recolhe os alimentos do Supermercado Nacional –
Leopoldina, e do Triângulo, ali, onde são distribuídos milhares de quilos por
semana a diversas entidades do eixo da Av. Baltazar, e também no Timbaúva e
Recanto do Sabiá. São milhares de pessoas - crianças, adultos, idosos - que se
alimentam e que, sem esse alimento fornecido através do Banco de Alimentos, do
qual a Associação de Moradores do Rubem Berta faz a distribuição, estariam
passando muita necessidade.
Então, me junto a essa congratulação e digo que o Banco de Alimentos, hoje, é
essencial para as comunidades carentes de Porto Alegre.
O
SR. JOÃO PANCINHA: Muito
obrigado, Ver. Paulinho Ruben Berta.
O
Sr. João Carlos Nedel: V.
Exª permite um aparte (Assentimento do orador.) Ilustre Ver. João Pancinha,
meus cumprimentos por estar enfocando um assunto muito importante da nossa
Cidade. O meu amigo Juarez Pereira, da Associação dos Dirigentes Cristãos de
Empresas, lembrou-me agora que a idéia do Banco de Alimentos nasceu na ADCE e
depois foi levada para a FIERGS, expandindo-se, e virou essa beleza de
solidariedade que é o Banco de Alimentos hoje. Meus cumprimentos.
O
SR. JOÃO PANCINHA: Muito
obrigado pelo aparte, Ver. João Carlos Nedel. Realmente, a ADCE foi uma
parceira nos primórdios do Banco de Alimentos, porque, justamente com o Rotary,
como eu comentei, possibilitou a criação desse instituto, que hoje é
extremamente importante para as nossas comunidades.
O
Ver. Dr. Raul comentou sobre o convênio que existe com a Prefeitura.
Justamente, o Banco de Alimentos tem um convênio com a FASC, porque a
Prefeitura distribui alimentos para determinadas entidades, e quem faz essa
arrecadação e distribuição para a Prefeitura é o Banco de Alimentos, através
das 48 transportadoras que estão cadastradas e estão junto nesse processo.
Eu
gostaria também de colocar que o sucesso desse projeto é tão grande, que a
partir de setembro do ano passado foi criado o Clique Alimentos. E eu acho que
nós, Vereadores, responsáveis por cuidar das nossas comunidades, devemos
divulgar esse assunto, porque é muito fácil fazer a doação para o Banco de
Alimentos, Ver. Valter Nagelstein. A partir de setembro do ano passado, através
de um simples clique, nós já fizemos a doação de cem toneladas de alimentos
para as entidades cadastradas junto aos bancos sociais.
Como
é que funciona o Clique Alimentos? É simples. As empresas se cadastram no Banco
de Alimentos, oferecendo dinheiro ou alimento, e fica lá depositado. Cada
clique que é dado naquele momento, a empresa vai fazer a doação em seu nome e
já vai ser depositado um quilo de alimento no Banco de Alimentos, e logo em seguida este
alimento já estará nas Associações Comunitárias, nas creches, nos asilos.
Então trago esse assunto à pauta porque me parece
de extrema importância que nós, responsáveis que somos pelo destino de nossa
Capital, de nossa comunidade, tenhamos conhecimento e façamos um trabalho em
conjunto que possibilite a parceria, Ver. Marcello, o envolvimento da
comunidade, e que os mais necessitados, os que menos possuem tenham a parceria
dos voluntários que existem em Porto Alegre. Voluntários para trabalhar,
existem, Ver. Ervino; nós precisamos é dar condições para que essas parcerias
sejam efetivadas para as nossas comunidades. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convido os
Líderes ou um representante das Bancadas para aproximarem-se da Mesa. (Pausa.)
Srs. Vereadores, quero a atenção dos meus colegas
para informar duas questões. Primeiro, hoje, às 16 horas, estarão, aqui na
Presidência, os Secretários Luiz Afonso Senna, Maurício Dziedricki e o Virgílio
Costa, Secretário Substituto de Gestão, para tratarmos do acesso viário à
Câmara de Vereadores, matéria que estamos tratando há mais de um ano, e
queremos colocar um ponto final nisso.
A EPTC, junto com a SMOV e com a Câmara, tem que
encontrar uma solução, para que nós, Vereadores, funcionários, visitantes desta
Casa, possamos, a partir das 18 horas, sair daqui sem o atraso de 40 ou 50 ou
60 minutos. Isso não está correto! Então, quero convidar todos os Vereadores
para às 16 horas estarem na Presidência, porque esse é um assunto coletivo e de
muito interesse da Casa.
Segundo, eu assinei hoje, pela manhã, e está indo
para o Diário Oficial e para os jornais de circulação, um Edital de Audiência
Pública para tratar do Pontal do Estaleiro. Essa matéria terá Audiência Publica
no dia 05 de março, aqui no Plenário Otávio Rocha. Portanto, fica este
comunicado a todas as Bancadas.
Não houve até agora nenhum Requerimento, essa é uma
matéria de ofício do Presidente. Entendo que há relevância no fato, mesmo que a
Câmara tenha produzido uma Audiência Pública no outro Projeto; penso que essa
matéria merece uma Audiência Pública, razão pela qual peço a compreensão de
todos os Vereadores para que nesta Audiência façamos todos os esclarecimentos
necessários sobre esse assunto. Portanto, está convocada a Audiência para o dia
05 de março, às 19 horas.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, eu queria perguntar ao senhor se é possível estabelecer um período
de duração dessa Audiência, se seria de duas, três horas.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo) A Audiência
terá início às 19 horas e, se depender da presidência, ela terá o fim quando o
último orador falar.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Sr.
Presidente. Quero aproveitar e dar a V. Exª os parabéns por ter conduzido tão
bem a Prefeitura nos dias em que foi Prefeito.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O outro
comunicado, por solicitação da Diretoria Legislativa, é em relação aos pedidos
de desarquivamento: “A Diretoria Legislativa comunica, com relação aos pedidos
de desarquivamento que, nos termos do disposto no art. 107, § 1.º, do
Regimento, as proposições desarquivadas retomarão a sua tramitação a partir do
ponto em que se encontravam quando do arquivamento. No entanto, com respeito às
proposições que se encontravam na Ordem do Dia, quando do arquivamento,
registramos que, nos termos do disposto do § 2.º do art. 107 do Regimento,
deverá ser novamente ouvida a CEFOR, mesmo que esta já tenha se pronunciado
anteriormente, no caso das proposições, cujo conteúdo importe em impacto
financeiro ao erário. Assim, as proposições em questão somente retornarão à
Ordem do Dia após o pronunciamento da CEFOR.”
Esse esclarecimento se dá em função de várias
dúvidas de Vereadores. Se tiverem alguma dúvida pendente sobre a matéria, por
favor, solicito que procurem o nosso Diretor Legislativo.
Apregoamos o desarquivamento do Processo nº
5325/08, PLL nº 218/08, solicitado pelo Ver. Ervino Besson.
O Ver.
Beto Moesch está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, vou aproveitar o Grande Expediente para justamente trazer um
tema mais técnico, que vai requerer aqui uma análise da Lei Complementar n.º
554, de 11 de julho de 2006, que, no meu entendimento, é uma Lei flagrantemente
inconstitucional, ilegal, que jamais poderia ter sido aprovada por unanimidade
nesta Casa, mas foi.
E quero aqui, no sentido de colaborar, meu querido
e amigo Líder do Governo, Ver. Valter Nagelstein, comentar sobre o Alvará
provisório. A Lei atual permite que uma Secretaria, no caso, da Indústria e
Comércio, libere o empreendimento sem a licença ambiental do órgão ambiental?
Sem o alvará da Saúde? Sem a autorização da EPTC? Chamei a atenção do Sr.
Prefeito e do Sr. Secretário, à época, mas não fui levado a sério nesse
assunto. Por que, meus queridos colegas Vereadoras e Vereadores,
telespectadores do Canal 16, foi fechado o Carrefour? Vocês sabem por quê? Por
que ele abriu? Abriu, porque teve o Alvará provisório sem a autorização da EPTC,
sem a licença de operação da SMAM, da Saúde! Ora, senhoras e senhores, uma
coisa é nós darmos Alvará provisório para pequenos estabelecimentos, de baixo
impacto, mas não para empreendimentos complexos, que alteram o trânsito, que trazem risco à Saúde pública.
Portanto, nós precisamos, pelo bem da segurança jurídica dos empreendimentos,
pelo bem da saúde pública, Ver. Thiago Duarte, e pelo bem da segurança das
pessoas e do próprio empreendedor, fazer adequações a esta Lei Complementar.
Gostaria
de continuar, Ver. Brasinha, até para colaborar no seu debate. O Grande
Expediente eu entendo que deva ser um expediente, Sr. Presidente, para que nós
possamos aprofundar certos assuntos, para que nós possamos, então, deliberar.
O
SR. BETO MOESCH: Obrigado,
Ver. Alceu Brasinha. O grave é que a lei permite. Só para dar um exemplo,
vejam, pela lei dos crimes ambientais, ao agente público que autoriza o
empreendimento sem licença ambiental sequer cabe multa; cabe somente a prisão
por três anos.
Volto
a insistir: nós estamos assistindo, na cidade de Porto Alegre, à liberação de
empreendimentos sem a licença ambiental da SMAM! O Carrefour é apenas um
exemplo, e eu o trago porque o problema foi suscitado agora, nesta semana. Nós
debatemos isto hoje pela manhã, na Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Nós temos
casas noturnas autorizadas pela SMIC sem a EPTC ser ouvida - em virtude do
trânsito do entorno -, sem a Licença de Operação da SMAM, e, sem,
necessariamente, a acústica necessária. O que está acontecendo, Sr. Presidente?
Muito conflito na Cidade de Porto Alegre! Empreendedores recebem o Alvará
provisório que - como a própria Lei diz - é uma autorização precária - e bota
precária nisso - , e, logo em seguida, é cassada a licença, que não poderia
ter. Isso causa uma insegurança jurídica para o empreendedor.
Então,
temos seguidos casos de casas noturnas sem a licença acústica autorizada por
Alvará provisório; temos casos até mesmo - e isso a Lei veda - de postos de gasolina,
de lavagem, de lubrificação, com Alvará provisório, sem licença ambiental.
Temos casos de restaurantes que necessitariam, ao menos, senão da licença
ambiental, do alvará da Saúde, juntamente com o Alvará provisório.
É
claro que o Alvará provisório é uma necessidade para a Cidade e para os
pequenos empreendimentos, empreendimentos de baixo impacto, mas não para
grandes empreendimentos - volto a insistir! - como ocorreu com o Carrefour. Temos shopping
centers. E a SMAM, a
SMOV e a EPTC tiveram que interditar o Carrefour. Será que por culpa do
Carrefour ou por culpa de quem emitiu o alvará e que tem respaldo em Lei
Municipal, mas que não tem respaldo na Constituição Federal, art. 225, e que
não tem respaldo nas leis de crimes ambientais?! É uma afronta à Lei Federal
que institui a Política Nacional do Meio Ambiente. Nenhuma atividade com
potencial poluidor ou de significativo impacto pode ser autorizada sem a
licença ambiental. Eu sinto muito, isso está legislado. Se esta Casa, que deve
ser a Casa que zela pelo cumprimento das leis, muito mais do que fazer as leis,
não chamar a atenção disso, se ela não fizer uma correção à Lei que veio do
Executivo - Poder que foi insistentemente alertado -, se nós não fizermos isso,
que papel será o nosso? Qual é o nosso papel, então, Vereador-Presidente?
Não
pense, Ver. Valter Nagelstein, que é fácil vir aqui à tribuna e chamar a
atenção para um problema como esse, mas é a minha obrigação, é a minha
responsabilidade de, ao saber, chamar a atenção. E é por isso que estou
encaminhando todo esse estudo ao Ministério Público e à Fepam, órgão ambiental
estadual, porque nós estamos, se assim continuar, na iminência de perder a
autonomia como Município para licenciar certos empreendimentos na cidade de
Porto Alegre, como já quase ocorreu, na gestão anterior, em alguns quesitos,
como, principalmente, obras públicas, que conseguimos, agora, recuperar. As
exigências para as obras públicas são as mesmas que para a iniciativa privada;
não era assim, conseguimos mudar. E quero reconhecer, Ver. Valter Nagelstein,
que quem liderou esse processo foi o próprio Prefeito José Fogaça, que não
admitiu mais que as licenças deixassem de ser rígidas para as obras públicas.
E, hoje, elas são exemplares mundo afora; está aí, por exemplo, o Conduto
Forçado Álvaro Chaves, Ver. Pancinha.
Agora,
em detrimento de tudo isso, nós temos uma Lei Complementar, Verª Maria Celeste,
e nós temos que nos somar com muita responsabilidade a esse caso, porque, ato
contínuo, nós temos que nos reunir, para fazer as adequações necessárias a essa
Lei, senão, daqui a pouco, um posto de combustível vai explodir, porque não tem
licença ambiental. É isso que pode ocorrer.
O
habite-se da SMOV traz todo um trabalho necessário com relação à segurança das
pessoas que freqüentam o local. Portanto, é a velha máxima que tenho repetido
aqui com relação aos Regimes de Urgência, e faço uma analogia, dizendo que a
pressa é inimiga da perfeição. Está aí o caso Carrefour.
O
Sr. Bernardino Vendruscolo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Beto Moesch, eu não vou
dizer que o senhor não tenha razão; acho que o senhor tem razão. Eu vou lhe
fazer um pedido, já que o senhor foi Secretário e tem toda experiência na SMAM:
que o senhor falasse não só da SMAM, mas das demais Secretarias, porque elas se
interligam, sobre prazos de licenciamento. Nós temos um problema em Porto
Alegre que é o prazo para todas as licenças, seja de negócios, de
empreendimentos. É um problema sério de prazo. Gostaria que o senhor falasse de
prazo, por favor. Obrigado.
O
SR. BETO MOESCH: Perfeito.
Ver. Bernardino, este é um assunto que faço questão de debater melhor com Vossa
Excelência. A celeridade é tão importante quanto o rigorismo para os cidadãos
porto-alegrenses, tão importante quanto. Por exemplo: um habite-se está levando
mais de um ano para ser emitido aqui em Porto Alegre; isso é um absurdo, eu
concordo com V. Exª, mas isso não pode nos dar o direito de, sem habite-se,
liberarmos certos empreendimentos. Não estou colocando aqui os pequenos
empreendimentos - em hipótese alguma -, para os quais eu acho que o Alvará
provisório é benéfico, mas a legislação foi muito além do que se queria
inicialmente, que era proporcionar ao pequeno comerciante - que, muitas vezes,
inclusive, já está com uma atividade em funcionamento há anos, através do
Alvará provisório - poder se adequar. O Alvará provisório pode até ser o
indutor de correções do empreendimento. Portanto, não estou fazendo aqui um
ataque ao Alvará provisório em si, mas ao Alvará provisório para
empreendimentos complexos, de significativo impacto ambiental.
E
os prazos são, sim, Ver. Bernardino, algo problemático no mundo inteiro. Só
para dar um exemplo, os Estados Unidos levam mais de dois anos para emitir uma
licença ambiental para uma hidroelétrica - e já dou um aparte ao nosso Líder do
Governo, o Ver. Valter. Não estou defendendo isso. Dei o exemplo do habite-se,
mas vou dar apenas mais um exemplo: a licença de instalação de um loteamento.
Pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, a licença leva três meses para ser
emitida. Só que tem que passar pelo DMAE, DEP, EPTC - e é bom que se diga que
quem mais exige contrapartidas de empreendimentos na Cidade, que representam
mais de 80% dos custos de um empreendimento, é a EPTC, por causa do trânsito.
Mas onde se exige isso? Na licença ambiental. Enquanto se leva, por parte da
SMAM, três meses para emitir uma licença de instalação de loteamento, na Fepam
são dois anos. Querendo ou não, Porto Alegre tem, hoje, as licenças ambientais
mais céleres e mais seguras do País, e também é por isso que não se justifica o
Alvará provisório, porque estamos na iminência de perder autonomia de licenças
ambientais para certos empreendimentos, Ver. Valter.
O
Sr. Valter Nagelstein: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Beto Moesch, muito
obrigado pelo aparte que me concede. Eu cumprimento V. Exª, mas quero seguir na
mesma linha do Ver. Bernardino: nós precisamos encontrar uma mediação correta
entre o desenvolvimento econômico que a Cidade precisa e os empregos, que são
necessários que nós geremos.
Em Porto Alegre, nós temos
uma taxa histórica que gira em torno de 15% de desemprego, uma média entre 12%
e 17% - com mais de cem mil jovens que chegam todo ano ao mercado de trabalho.
Nós precisamos, portanto, da inserção desses jovens, o que se dá no crescimento
econômico, na geração de emprego, na geração de renda. Portanto, temos que
achar uma forma de mediarmos e conciliarmos a necessidade de absorver toda essa
mão-de-obra que chega ao mercado e também a necessidade de termos
empreendimentos. E aí, isso impacta diretamente com a questão das licenças. Vou
lhe dizer o que é sabido por todos nós: nós não podemos ser reféns de certas
instâncias burocráticas que, na verdade, acabam se tornando donas de estamentos,
de poderes, sacrificando a própria economia, o desenvolvimento e os empregos. O
Prefeito, quando me convidou para ser Líder do Governo, não me pediu que eu
emasculasse as minhas posições pessoais; eu as tenho, mas acredito que a SMAM
tem demorado – e esse é um objetivo que temos a perseguir – nas licenças
ambientais. Licenças, por exemplo, para postos de gasolina ou retirada de
tanques estão levando mais de um ano na SMAM, e a SMOV tem levado mais de um
ano para dar licença a alguns empreendimentos.
Então,
acredito que o correto não é simplesmente nós atacarmos, porque, se existe a
figura do Alvará provisório, é porque está havendo um problema de outro lado.
Nós precisamos, sim, respeitar a necessidade das licenças ambientais, da
própria licença da SMOV para construção e outras tantas, mas nós também
precisamos fazer os técnicos dessas instituições compreenderem esses estamentos
públicos, pois é necessário nós encontrarmos o meio-termo e a mediação para não
sacrificamos a economia da Cidade e a geração de emprego. Muito obrigado.
O
SR. BETO MOESCH: Para
concluir, Sr. Presidente, digo que, se a demora é um atraso, algo
irresponsável, mais irresponsável ainda são os alvarás provisórios que estão
sendo emitidos nesta Cidade, porque são feitos sem estudo, colocando em risco a
vida da população e do próprio empreendedor. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Ver. Beto Moesch. Encerrado o período de Grande Expediente.
Passamos
às
O
Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
do Ver. Engenheiro Comassetto.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Presidente
dos trabalhos, Ver. Toni Proença; Vereadoras e Vereadores, público que nos
assiste na tribuna e pela TVCâmara, eu venho falar numa linha parecida com a do
Ver. Beto Moesch. Quero fazer um alerta à Cidade, à sociedade de Porto Alegre
sobre as obras realizadas nesta Cidade. Eu me preocupo muito, porque, nos
últimos tempos, todas as obras que são realizadas nesta Cidade possuem problemas.
Av.
Baltazar de Oliveira Garcia: uma obra que ficou bonita, apesar da demora,
aguardamos, aguardamos e a obra foi inaugurada mais de uma vez, e, depois de
inaugurada, a obra apresenta problemas no corredor. Por falta de fiscalização
durante a obra, hoje, a comunidade da Zona Norte, que transita pela Av.
Baltazar, meu colega e amigo Ver. Paulinho Ruben Berta, percebe que a obra
continua com problemas, já que os corredores não podem ser utilizados, uma vez
que a obra foi malconcluída.
Camelódromo:
três dias depois da inauguração, chuva no Camelódromo. E só demorou três dias,
Ver. Brasinha, porque somente choveu após três dias da inauguração, senão teria
chovido antes lá dentro.
Obra
do Carrefour: no meu ponto de vista, uma obra equivocada. O Carrefour, uma grande
multinacional francesa, como sabe o Ver. Brasinha, foi construído na frente do
BIG, que é do Wall Mart, o maior supermercado mundial. Dois grandes
empreendimentos, um na frente do outro. Um problema no dia da sua inauguração:
houve um congestionamento em toda a Zona Norte de Porto Alegre - a Av. Assis
Brasil, o bairro Lindóia, a Av. Sertório ficaram intransitáveis. Houve um erro
de localização do Supermercado Carrefour, gerando uma grande concorrência.
Muitos Vereadores podem me dizer que a concorrência é boa para a Cidade, mas,
nesse caso, eu discordo, porque a concorrência gerada por essas duas grandes
potências mundiais vai afetar o pequeno comércio da Zona Norte, vai afetar o
comércio de toda a região - Av. Assis Brasil, Av. Cristóvão Colombo -, ou seja,
da própria região. E não vai afetar só os minimercados, porque hipermercados,
como o Carrefour e BIG, vendem vários produtos - a loja do Carrefour tem mais
de 40 mil itens -, e a população é levada lá para dentro muitas vezes enganada
por ofertas, por iscas - como diz o Ver. Nilo - que não condizem com a verdade,
e as pessoas acabam gastando mais do que deveriam, como está noticiado por
jornais desta Cidade.
O Sr. Alceu Brasinha: Vossa Excelência permite um aparte?
Tenho
aqui uma declaração do Secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico
Virgílio Costa, em um jornal desta Cidade: “O hipermercado não poderia ter sido
aberto.” Então, o próprio Secretário está dizendo que não poderia ter sido
aberto. E a pergunta que fica: como foi aberto, se o próprio Secretário está
dizendo que não poderia ter sido aberto? O Alvará provisório é importante, mas
temos que ter muito cuidado.
A EPTC –
também noticiado em jornal desta Cidade – autuou o Carrefour por não ter
concluído as obras viárias no entorno do estabelecimento, conforme o
compromisso firmado com a Prefeitura. Se o Carrefour não cumpriu o que ficou
determinado junto à sociedade, à comunidade e à Prefeitura, novamente eu
pergunto: como foi inaugurado e como está aberto, uma vez que hoje retoma a
abertura? Como abriu, se ele não havia realizado as obras conforme combinado
com a Prefeitura? Pior ainda: falta instalação de equipamento de segurança
contra incêndio, hidrantes. Pergunto: no dia da inauguração, se ocorresse um
incêndio, como ficaria? Eu acho que nós temos que cuidar melhor de grandes
obras como o Carrefour.
Nós,
Vereadores desta Casa, não podemos nos calar; temos que fiscalizar. Acredito
que temos que fazer uma intervenção junto a essas grandes obras de Porto
Alegre, temos que ter mais cuidado com a localização e com o que pode causar de
danos à sociedade desta Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Mauro Pinheiro.
O Ver.
Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ERVINO BESSON: Meu
caro Presidente e colega Toni Proença que preside os trabalhos neste momento;
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos
acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos.
Em
2003, um Projeto de Lei deste Vereador foi amplamente discutido nesta Casa e
foi aprovado pela unanimidade dos Srs. Vereadores e Vereadoras, sendo a Lei
sancionada pelo Prefeito Municipal daquela época, João Verle. É a Lei n° 9.353.
Estou falando nessa Lei porque essa iniciativa deste Vereador era para dar
maior segurança aos estudantes, que tinham a carteira estudantil com endereço.
O que acontecia? Muitos dos nossos estudantes eram assaltados, e o endereço na
carteira... Meu caro Ver. Mauro Zacher, que foi e continua sendo estudante, que
inclusive ocupou um cargo elevado dentro da sua Faculdade, naquela época eu fiz
uma consulta a V. Exª, e V. Exª concordou com a retirada do endereço da
carteira dos estudantes, para a maior segurança deles. Nós discutimos o
Projeto, como eu disse, e ele foi aprovado pela unanimidade desta Casa. Vou
repetir: Lei n° 9.353, sancionada pelo Prefeito João Verle.
Vamos
seguindo, Ver. Dr. Thiago: na Capa do jornal O Sul do dia 5 (Mostra a capa do
Jornal.) – é bom que a TVCâmara mostre para o nosso telespectador –, há uma
ampla reportagem: por decisão do Conselho Nacional de Trânsito, o Contran, para
dar maior segurança para as famílias, no Certificado de Propriedade do Veículo,
também não constará o endereço do proprietário. Vejam como são importantes
essas decisões e esses procedimentos. Hoje sabemos que a nossa insegurança
campeia em todos os lugares, em todos os segmentos, e por isso temos que tomar
algumas precauções para que a população tenha, sim, maior segurança, Ver. Dr.
Thiago. Aqui está, como já disse, a Lei deste Vereador – é de minha autoria,
mas foi aprovada por todos os Vereadores. E agora, que bom que o Conselho
Nacional de Trânsito – Contran – também toma essa decisão. Temos que
dificultar, porque os assaltos estão aí; os assaltantes roubam os veículos, dos
quais na documentação consta o endereço do proprietário. Então, a pessoa, além
de perder o seu bem, ainda tem o endereço revelado, colocando em risco a sua
família! São decisões como esta, sim, que têm que ser destacadas! Eu acho que
temos que parabenizar aqui, sim, o Conselho Nacional de Trânsito, por tomar
essa decisão.
Então,
o documento do veículo, com o endereço do proprietário, propicia ao ladrão a
localização do dono, colocando em risco também a família da vítima, que poderá
ser assaltada em seu endereço.
Portanto,
quero aqui, mais uma vez, parabenizar o Conselho Nacional de Trânsito por essa
decisão, uma decisão muito sábia. Toda a população, sem dúvida nenhuma,
reconhece e agradece pela decisão da retirada do endereço no Certificado de
Propriedade do Veículo. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
Obrigado, Ver. Ervino Besson.
A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA:
Sr. Presidente, Toni Proença; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores;
primeiramente, gostaria de registrar o quanto esta Casa perdeu, ontem, na
Sessão Legislativa, quando abriu mão de se pronunciar contra à violência
desmedida assistida no nosso Estado contra a mobilização pacífica dos
estudantes em Porto Alegre. Esta Casa perdeu de se pronunciar sobre o fato de
que sujeitos políticos sociais, organizados foram tratados como
criminosos a mando do Governo do Estado. E o mais triste foi o esquecimento de
alguns Partidos oriundos do MDB; mais triste foi o esquecimento de alguns
representantes desses Partidos, sobre a importância da luta social, da luta dos
trabalhadores, dos jovens, dos sem-terra, na defesa da democracia, na luta,
inclusive, que resultou o fim dos anos de chumbo no nosso País. A luta que
acabou com a ditadura, com a repressão, com a entrega das riquezas nacionais e
com a destruição dos direitos sociais.
E quero dizer que apesar de termos vencido essa
página na história, e conseguido a redemocratização e o direito ao voto,
estamos longe daquilo que Jango diria como democracia social, seja pelos altos
índices de exclusão social, seja pelo analfabetismo, seja pelo trabalho
escravo, ainda encontrado no nosso País; seja pela concentração de renda brutal
que garante que menos de 0,01% da população controle mais da metade da riqueza
nacional; seja pela criminalização do movimento social a que temos assistido,
principalmente no nosso Estado, à criminalização daqueles que têm garantido o
direito de se mobilizar; seja pelas ações mandadas pela Governadora contra os
trabalhadores sem-terra, mesmo em área desapropriada em São Gabriel, onde eles
estavam acampados, no ano passado, e foram, brutalmente, revistados e
violentados a mando da Governadora, pelo comando da Brigada; seja pela ação
desenfreada contra os bancários, quando lutavam por melhores salários, melhores
condições de trabalho, em novembro do ano passado. E eu, como bancária, quero lamentar
a barbárie que nós vimos, de colegas com braço quebrado, com cabeça sangrando,
a barbárie vista contra os professores do Estado que lutam por melhores
condições para poder dar aula em nossas escolas.
Então, queria dizer que esta Casa perdeu uma oportunidade,
mas mesmo que os poderosos matem uma ou duas flores, como menciona um dito
popular bem conhecido, jamais vão acabar com a primavera. E, hoje, mais uma
vez, nós vamos ter a oportunidade de ver a representação dos professores e de
mais dez sindicatos se mobilizando contra o arrocho salarial, a violência
policial e contra o desmonte do Estado do Rio Grande do Sul.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Fernanda Melchionna, eu quero apenas
registrar que a questão que V. Exª traz à tribuna com relação à criminalização
dos movimentos sociais é um drama que o mundo debate, e o Brasil,
lamentavelmente, insere-se
em uma etapa rebaixada. Nós continuamos assistindo ao tratamento da questão
social como se fosse caso de polícia. E, nesse sentido, nós devemos fazer esse
tipo de denúncia. E cumprimento V. Exª, não só pelo pronunciamento, mas pela
coerência nessa luta demonstrada ao longo dos anos, particularmente sendo V.
Exª uma lutadora jovem, mas de bastante experiência. Parabéns, Vereadora.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada,
Ver. Pedro Ruas.
Para
concluir, queria colocar que o mesmo Governo que trata assim o movimento social
destina a mesma atenção para a escola pública, ao fechar escolas, ao fechar
turmas e deixar milhares de estudantes sem a possibilidade de estudar, ou tendo
de estudar longe de suas casas. O mesmo Governo que faz isso, também privatiza
e vende as ações do Banrisul; este mesmo Governo também desmonta a UERGS,
destruindo, com isso, o sonho de milhares de estudantes que têm o desejo de
entrar em uma Universidade Estadual pública. Esse mesmo Governo, que diz que o
salário de 950 reais do Piso Nacional de Educação vai falir o Estado, concede a
si um aumento de 143% no salário de Governadora do Estado. Esse mesmo Governo,
que ataca o salário dos professores, agora quer comprar um avião milionário, e
ainda não conseguiu explicar aonde foram parar os 44 milhões de reais desviados
do Detran. Por isso acho que é fundamental nós conclamarmos a manifestação que hoje
o CPERS-Sindicato, às 16 horas, estará fazendo, e dizer que independe daqueles
que luta social é baderna, é arruaça. Nós apostamos nas forças populares para
mudar a realidade do nosso Estado, para mudar a realidade do nosso País. Muito
obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Verª Fernanda Melchionna.
O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Comunicações.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente Proença; amigos Vereadores, pessoas que se encontram nas galerias e
nos acompanham pela televisão, eu também acho que os movimentos sociais
precisam continuar, só que alguns deles não com a violência que usam. Tipo o
MST: em defesa da terra eu pego a foice e “pimba” no pescoço do brigadiano.
Vocês querem flores para eles? Não, para quem vem com foice, a gente vai com
uma outra foice. Essa é a minha maneira de pensar: nada de flores para esse
tipo de coisa.
Eu
estou sentindo aqui que as coisas são na base do vento: o jeito que venta lá,
venta aqui, e tal. O Pronto-Socorro 2, quando é que sai? Eu sou do Governo. Só
estou alertando que nós não podemos pensar neste ano só no Plano Diretor. O
Pronto-Socorro 2, algumas vezes ele vai com a mídia, e dois, três entram -
Oliboni, Dr. Goulart, o Sebenelo - e dizem que é pronto socorro, isso e aquilo.
Daqui a pouco morre tudo, não se ouve mais falar! Nós estamos no mês de
fevereiro e eu não vi ainda nenhuma movimentação a esse respeito.
O
Ver. Beto Moesch falou aqui em cumprimento de leis, e eu pego esse gancho. A
lei dos postos de gasolina - sobre a proibição de venderem bebida alcoólica e
darem o espaço para as pessoas utilizarem e ali consumirem a bebida alcoólica -
não está sendo cumprida. São muitas as reclamações de que os postos de gasolina
estão, de novo, com muita gente. Os jovens evidentemente que têm todo o direito
para isso, mas não num posto de gasolina, porque ali vão beber, ali vão fumar,
e ali tem combustível derramado, é um perigo -, e a lei não está sendo
cumprida.
A
outra lei que não está sendo cumprida - aliás, nós cumprimos, nós não usamos,
na última eleição, poste na cidade de Porto Alegre, para pregar propaganda; a
lei foi obedecida, mas é só na campanha eleitoral? Não, é para toda a Cidade.
Então, essa lei precisa ser observada. A Secretaria, que é responsável por ela,
tem que passear na Cidade, ou então atender às reclamações que os Vereadores
enviam. E eu trabalho muito no gabinete com a Secretaria; o que vem para mim,
as demandas que chegam, eu envio e ligo para o Secretário, pessoalmente, e digo
que estou mandando - eu fazia assim com o senhor, não é seu Beto?
Então, a
resposta precisa ser dada. Se o cumprimento daquela solicitação não puder ser
aceito, pelo menos que venha uma satisfação, dizendo e dando uma previsão de
que aquilo será resolvido. Agora, as leis que não estão sendo cumpridas
precisam ser fiscalizadas pelas Secretarias - que realmente estão aí para isso.
Nós
batalhamos tanto pelo emprego, pela diminuição de falta de vaga, de serviço...
Isso é uma dignidade. O cidadão desempregado está totalmente “fora da casinha”,
como se costuma dizer. O desemprego é um negócio terrível. Aí vem o Carrefour -
eu não tenho nada a ver com o Carrefour, não tenho -, não sei por que está
fechado. Então, que tivessem visto isto antes. Uma empresa que coloca no mercado
800 vagas de trabalho de forma direta tem que ter um pouco de respeito. Eu não
entendo as críticas do Ver. Mauro Pinheiro – ou talvez entenda –, porque ele
tem um supermercado, será por causa da concorrência? Eu também não entendo a
bronca do Brasinha, também, é por causa do pneu mais barato?
Quer
dizer, esse tipo de coisa - eu não darei aparte ao Ver. Brasinha, porque é o
meu espaço, e falo uma vez só, e também não peço aparte para ninguém, a não ser
em homenagens, porque o tempo é curto e a gente tem que aproveitar -, mas isso
não foi uma acusação, é simplesmente para ilustrar o fato. Por que contra uma
empresa? Não me interessa se ela vem da França ou do Canadá, não importa; se
ela cumprir, rigorosamente, tudo aquilo que se pede, que o Governo exige, em
termos de tarifas, impostos, a geração de empregos teria de ser colocada acima
de tudo. Então, eu não consigo entender essas diferenças.
Outra
coisa, queria mandar um recado rapidinho para a Receita Federal: tenho ido
muito na Receita Federal, porque estou resolvendo uns problemas. E é desumano,
as pessoas são frias, não estou culpando os funcionários, mas eles são frios,
sei que estão ali para isso, mas eles são frios como a lâmina da gilete.
Um
senhor, há quatro anos, devia 17 mil, que é o meu caso, por falta de condições
de pagar. E hoje eu devo 54 mil! E lá eles dizem: “O senhor pague, porque senão
o senhor não tem a certidão para fazer um negócio imobiliário ali na frente!”
Que país desumano é este? Dinheiro para o batom da Dilma e para o cabelo do
Lula tem, para as festas, tem cartão. Eu não tenho um cartão!
Então, e
os 27%, que já não são mais, são 27,5%, o desconto retido na Fonte? Gatunos! A
Receita Federal para mim não é isso, não adianta as burras do Governo estarem
cheias, as caixas estarem cheias, mas estão fazendo campanha com o Bolsa
Família. Cada Bolsa Família é um voto; 20 milhões vão para 40 milhões, e vamos
nos perpetuar no poder, através da miséria.
Tem
de ensinar a pescar, e não dar o peixe! Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Adeli Sell assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, sou servidor
público municipal por vocação, por formação e convicção e sou orgulhoso disso.
Gosto do que eu faço, gosto do que eu fiz e não me arrependo de nada.
Av.
Baltazar de Oliveira Garcia. Não sei por que tanto falam contra a Prefeitura,
se a Prefeitura não tem nenhuma culpa na Av. Baltazar de Oliveira Garcia.
Eu,
quando fui Prefeito, lembrando do ilustre Prefeito José Loureiro da Silva,
dupliquei a Av. Baltazar de Oliveira Garcia; lembrando o Prefeito Villela, eu
fiz a Av. Sertório. Como Secretário de Obras, convidei o Dr. Telmo, na Administração
Villela, porque o Dr. Telmo havia iniciado a Av. Sertório. Fiquei feliz da vida
em ver os dois Prefeitos, e eu nem sabia, naquele dia, que um dia eu também
seria Prefeito. Depois então dupliquei a Av. Sertório, e achei que tinha de
ligar a Av. Sertório e a Av. Baltazar de Oliveira Garcia. Liguei.
A
Prefeitura não tem culpa de nada, a Prefeitura fez a sua parte. Agora, quando
coube ao Estado fazer, houve dificuldades, e eu não estou culpando o Estado
também. Não estou culpando o Estado! Mas eu sempre tenho de lembrar que lei
deve ser clara, precisa e concisa para que possa ser respeitada.
Quando
fizeram a Lei do Alvará, este simples alvará, se havia problemas, devia ter
havido contestações; não houve contestações. Se não houve contestações, parece
que estava certo.
Eu
sempre falo naquele americano rico que tinha imensos problemas e cada vez tinha
mais dinheiro, mas ele estava estressado! Foi à Índia porque tinha um guru que
resolvia todos os problemas, e aí o guru começou a atender outras pessoas,
porque o americano quis ser o último a ser atendido. Aí perguntou, no final,
para o guru: “Antes de eu dizer o meu problema, eu quero fazer uma pergunta.
Parece-me que o senhor disse para todos a mesma coisa e todos saíram
satisfeitos. O que o senhor disse?” Ele respondeu: “Eu disse para todos a mesma
coisa: simplifica, meu filho, simplifica!” E realmente, parece que estas coisas
não ocorrem às vezes na Prefeitura.
Eu
não tenho nada contra o Carrefour nem quanto ao alvará que ele recebeu. Não
tenho não! Agora, como não simplificaram na Prefeitura, as coisas complicaram.
Eu dei autorização para fazer o primeiro Carrefour em Porto Alegre. A coisa foi
tão fácil que a direção do Carrefour veio a Porto Alegre agradecer e, no
momento do agradecimento, perguntou se eu podia conseguir uma entrevista com o
Prefeito, porque eles também queriam agradecer. Estávamos em novembro; eu
consegui a entrevista e eles pediram que eu estivesse junto e disseram o
seguinte: “Nós viemos agradecer as atenções da Prefeitura de Porto Alegre e
convidá-los para inaugurar o Carrefour no dia 17 de março às 18 horas”. Isso
era no mês de novembro. Eu fiquei olhando, pensei que eles estavam loucos! Mas sou
engenheiro e, de repente, até dar para fazer, mas mesmo assim tem que ter muito
trabalho. Quando foi simples, tudo certinho, eles fizeram tudo o que tinha de
fazer. Agora a Prefeitura levou tanto tempo para definir a obra do Carrefour
que eles quase desistiram. E, na quase desistência, de repente o alvará famoso,
esse aí... Mas a Prefeitura foi lá e mandou parar, porque verificou que havia
problema, inclusive limitou depois o horário de funcionamento, depois de eles
terem parado. Parece que são rápidos para fazer as coisas, o que não aconteceu
com a Prefeitura, com os Secretários que não deram as licenças necessárias, não
fizeram as coisas que tinham que fazer, e agora podem até criticar.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Dib, eu admiro tanto V. Exª nos
999 dias de Prefeito que V. Exª teve, mas agora me surpreendeu quando disse que
foi V. Exª quem deu a autorização para o Carrefour. Achei o culpado de quem
trouxe o Carrefour para o Rio Grande! Foi o meu querido amigo Ver. João Dib!
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Muito obrigado
pelo elogio que V. Exª me confere. Na realidade eu autorizei o primeiro
Carrefour. O segundo foi o PT, que fez essa mesma história que a Prefeitura fez
agora ou pior até, muito pior até, porque fez exigências, exigências e mais
exigências para fazer o que tinha de fazer.
Encerro, Sr. Presidente, depois de ter recebido o
elogio do Ver. Alceu Brasinha, por ter autorizado o primeiro Carrefour em Porto
Alegre. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, eu falei há pouco para alguns Vereadores e falarei agora,
especialmente, para os Vereadores mais novos, então peço atenção especial. O
Ver. Newton Braga Rosa e eu estudamos no ano passado, senhoras e senhores, um
projeto que reduzia o ISSQN das faculdades particulares. A redução do ISSQN
seria transformada em bolsas de estudos aos alunos carentes. Não seria só o
valor da redução; seria também uma contribuição das próprias faculdades que dariam bolsas de estudo aos alunos
carentes. Como o Prefeito enviou uma modificação da Lei nº 007 - a lei dos
impostos -, o Ver. Newton Braga Rosa e eu achamos mais interessante apresentar
isso como uma Emenda ao Projeto do Governo. Negociamos com a Fazenda, e a
Fazenda concordou.
A
Lei nº 007 ficou de ser votada no final do ano, e eu marquei, Ver. Haroldo de
Souza, um exame de colonoscopia há uns 30 dias, com anestesia geral. O exame
foi marcado para o dia 29. Como o exame atrasou, eu cheguei aqui ainda tonto
pela anestesia. Aí o pessoal se reuniu e disse: “Vereador, vá embora, pois V.
Exª não está em condições de ficar aqui.” E eu falei: “Mas eu apresentei essa
Emenda, que é importante para a Cidade, que vai trazer bolsas de estudo para os
alunos carentes.” Eu fui para casa, mas disse ao Líder do Governo: “Essa Emenda
está negociada com o Governo. Por favor, aprovem essa Emenda, porque é
importante para a Cidade!” Eu tive que me licenciar, a Emenda foi votada no
final. Oito Vereadores da base do Governo estavam ausentes. E na hora da
votação, o Presidente já estava pedindo que votassem as Emendas acordadas sem
votação nominal, mas a Verª Sofia Cavedon pediu votação nominal. Vejam a minha
tristeza! A Verª Sofia Cavedon, ex-Secretária de Educação do Município, votou
contra a Educação. E toda a Bancada do Partido dos Trabalhadores que estava
presente - oito Vereadores - votou contra. A Bancada do Governo votou a favor.
Mas só tinham 16 presentes, oito ausentes. A Emenda foi rejeitada porque não
obteve 19 votos, porque oito Vereadores do PT votaram contra e oito Vereadores
da base do Governo se ausentaram. E o que significa isso? Significou que três
mil alunos ficaram sem bolsas de estudo durante este ano. Está aqui a Vanessa
Gil, que veio hoje e que não vai poder estudar na PUC porque não tem condições
de pagar as mensalidades, e nós, Vereadores desta Casa, deixamos três mil
alunos sem bolsas de estudos, sem poder estudar em Porto Alegre neste ano. A
alteração, como é lei tributária, só pode ser para o próximo ano. E agora, como
vamos poder resolver, Sr. Ver. Adeli Sell? São três mil alunos sem estudar por
nossa causa.
Eu quero dizer da nossa imensa responsabilidade com
a sociedade, a responsabilidade de todos nós. Portanto, eu quero que os Srs.
Vereadores e as Sras Vereadoras
reflitam sobre a nossa responsabilidade social. Isto, sim, é responsabilidade
social.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Vereador. Estou insistindo sempre que cuidem o tempo, para que todos possam
falar regiamente.
O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Sr.
Presidente, caros colegas Vereadores e Vereadoras, no dia em que Charles
Darwin, criador da Teoria da Evolução, faria 200 anos, é fundamental que
falemos da evolução política a partir dos Partidos políticos. Sociedades
permanentes agrupam indivíduos que pensam do mesmo modo sobre problemas de
governo e assuntos públicos em geral; os Partidos servem para formar a
expressão, a opinião de correntes que concorrem na opinião pública. São assim
focos permanentes de difusão do pensamento político e estimulam a organização e
a ação dos indivíduos, incitam-nos a defender suas opiniões e a interessar-se
pelas coisas públicas, como é dever de todo cidadão. Foi com a importância
crescente do Parlamento e suas preponderâncias, com a extensão do direito ao
voto e sua tendência a se tornar universal, com o regime democrático, enfim,
que os Partidos se organizaram e assumiram a função primordial que hoje nos
distingue.
“Meu sacrifício vos manterá unidos, e meu nome será
vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa
consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência!”
O quanto se constitui na mais profunda profecia
inscrita por Getúlio Vargas, na Carta Testamento, naquele 24 de agosto de 1954.
Distante dele há mais de meio século, aqui neste Plenário, o Rio Grande do Sul
está testemunhando que as palavras de Vargas fizeram-se realidade, comprovando
a imortalidade de suas idéias.
Cumpriu a Alberto Pasqualini registrar os vetores
desse movimento de idéias, e o gaúcho de Ivorá soube ideologizar um catecismo
sócio-político com precisão cartesiana: “O objetivo básico do trabalhismo é
organizar a sociedade de tal forma que a cooperação entre os indivíduos se
torne efetiva e se realize segundo os verdadeiros princípios da justiça social.
Em primeiro lugar, o trabalhismo não pode solidarizar-se com um capitalismo de
caráter individualista e parasitário; em segundo lugar, há certas atividades e
empreendimentos, certas riquezas e certas formas de poder econômico que devem
ser socializados!”
Getúlio Vargas, João Goulart, Alberto Pasqualini,
todos - exatamente todos! - filhos diletos da Centenária Universidade Federal
do Rio Grande do Sul.
É lícito afirmar que o trabalhismo brasileiro
nasceu em Porto Alegre, respirando nacionalismo, alimentando-se de liberdade e
brotando dessa ebulição de idéias verticais sempre fervilhantes.
É plenamente legítimo garantir que os cânones do
trabalhismo foram gerados nesta Cidade, a partir das discussões acerca do
pensamento político maragato de Gaspar Martins, da positividade da ação de
Júlio de Castilhos, da harmonia intelectual de Salgado Filho, da luminosa
sabedoria de Osvaldo Aranha. Depois, da inteligência de Brochado da Rocha, do
esforço de João Caruso, da dedicação de Ruy Ramos, da simplicidade de Wilson
Vargas, da sapiência de Lidovino Fanton e do dinamismo de Vieira da Cunha e do
trabalho anônimo de tantos outros que levaram daqui esses ensinamentos
encarregando-se de expandi-los Brasil afora.
Na verdade, Vereadores, a formação do trabalhismo
brasileiro deu-se em conformidade com o teorema de Leonel Brizola, enunciado em
1978, ao chegar a Lisboa como exilado político.
Fazer um Partido é como abrir uma estrada:
primeiro, abrimos uma picada, depois vêm os sinalizadores, mais tarde, chega a
turma da terraplanagem; em seguida, coloca-se o asfalto e só então chega o
pessoal que usa a estrada.
Brizola, também filho da UFRGS e filho desta
Cidade; Brizola, que sempre se constituiu num apóstolo nacional da Educação. Um
abraço. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver.
Paulinho Ruben Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
todos os que nos assistem pela TVCâmara e nos escutam através da Rádio Câmara,
todos presentes, eu gostaria de fazer um grande apelo em nome da Bancada do PPS
sobre a questão PSF. Trago aqui comigo um caderno do Orçamento Participativo de
1998. Diz aqui (Lê.): “Reforma e ampliação das instalações do Programa de Saúde
da Família Ruben Berta. Conclusão: 1998/99.” Estamos em 2009, não tem um tijolo
lá.
Temos aqui, novamente (Lê.): “2006: Reforma e
ampliações das instalações do Programa de Saúde da Família Ruben Berta.
Conclusão: 1998/99”. Novamente.
Meus amigos, é uma comunidade que, além de atender os usuários do Conjunto Residencial
Ruben Berta, também atende as populações da Vila Unidos, da Vila União, parte
da Vila Batista Flores, da Wenceslau Fontoura, parte do Loteamento Timbaúva. Eu
queria fazer esse apelo ao nosso amigo, homem preocupado com a Saúde em Porto
Alegre, que tem feito de tudo para que seja instalada a Saúde em Porto Alegre.
E o PSF é de uma necessidade incrível, ainda mais numa região com tantos
habitantes. Eu queria apelar ao Secretário, aos Vereadores aqui, ao Líder do
Governo que nos ajudassem a tirar do papel a construção do PSF do Rubem Berta.
Há muitos anos, há 11 anos, se trabalha isso, se vai todos os anos ao Orçamento
Participativo, todos os anos se carregam ônibus e ônibus de pessoas que lá vão
lutar por esse PSF; não é para uma pessoa, mas para milhares. A Unidade do
Conjunto Residencial Ruben Berta faz tudo que pode, mas não tem nem estrutura
física para poder suprir a demanda do Conjunto Residencial Ruben Berta, que
ainda se coloca na condição de ajudar outras comunidades. Eu queria apelar ao
nosso Secretário, Eliseu Santos, para que procurasse agilizar o processo, para
que nós pudéssemos construir o PSF, e, assim, de certa forma, desafogar um
pouquinho a Unidade de Saúde do Ruben Berta. Nós não podemos mais ter filas de
madrugada lá, nós temos que atender essas pessoas, nós precisamos trabalhar
essa questão.
Então,
quero deixar aqui essa solicitação ao nosso Secretário, que já esteve lá, ao
Prefeito, que também já esteve lá, a toda estrutura, para que se coloque lá o
PSF, e assim nós vamos poder diminuir a demanda do Ruben Berta e, em
conseqüência, abriremos espaço para outras comunidades, para outras pessoas
ali.
O
Posto de Saúde da Wenceslau Fontoura não funciona, praticamente, é uma carência
total. Então, todo o mundo vai à Unidade do Ruben Berta. Dessa forma, toda essa
luta é feita pelas lideranças daquela região, para que a Unidade de Saúde do
Ruben Berta tenha lá os remédios para servir a população, o atendimento para
diminuir as filas. E aí quem está pagando, minha gente, por não ter essa
construção, não ter o PSF, que é um direito dessa comunidade, são os funcionários
dessa Unidade, porque a população bate, acusa os primeiros que estão no balcão.
E esses profissionais, que lá estão com a maior dedicação, trabalham por isso,
e hoje são repudiados pela comunidade, praticamente porque não têm como dar
conta, porque um litro e meio de água não pode caber dentro de um litro, e a
unidade do Ruben Berta não tem como atender a todas essas comunidades. Faço
este apelo novamente, principalmente ao Líder do Governo, no sentido de que
interceda também junto ao Governo para que seja construído o PSF, porque isso
vai diminuir a demanda daquela Unidade do Ruben Berta. E peço ao nosso amigo
Eliseu Santos, que é Secretário Municipal da Saúde, que já foi Prefeito, que
nos ajude. E aos Vereadores, aqui, que lidam com a Saúde, peço que também nos
ajudem. Eu estou pedindo, encarecidamente, em nome daquela comunidade toda, em
nome da Bancada do PPS, que nos ajudem a realizar isso, que é uma conquista dos
moradores do Ruben Berta; eles conquistaram isso durante vários anos, durante a
noite, eles conquistaram o direito de ter o seu PSF. Isso está dentro dos
cadernos. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. Paulinho Ruben Berta.
O
Ver. DJ Cássia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DJ CASSIÁ: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e demais presentes
nesta Casa, eu não estou aqui hoje para reivindicar – os senhores me entenderam
– e nem para votar Moção; eu estou aqui hoje para denunciar a má gestão do
dinheiro público. Temos tido consenso, nesta Casa, sobre a questão da Educação
com qualidade, as escolas têm de estar com as portas abertas para os jovens.
Por quê? Porque nós temos discutido que cada escola com a porta fechada - Ver.
Haroldo - é uma vaga para o crime. Bem, vamos salvar, então, as crianças! Claro
que sim, custa barato uma criança na escola. Deve custar o quê? Trezentos
reais, por aí, porque, numa escola particular, são 300 reais. Mas um jovem na
prisão custa 1.400 reais ao mês. O que é mais viável para o Governo? Essa
criança na escola, ou essa criança, no futuro, com pós-graduação no crime, e o
Governo pagando, do nosso bolso, 1.400 reais? Mas quero dizer que trabalhamos
durante um ano todo, e, nesse ano de 12 meses de trabalho, seis meses, Ver. Mauro,
vão para pagar impostos, para serem aplicados na Educação, na Habitação, na
Cultura! Cultura? Que cultura? Mas o que eu mais fico, Ver. Tarciso, triste
mesmo, Ver. Dr. Raul, é que, quando a gente fala em planejamento familiar, a
Educação de qualidade passa, Dr. Thiago, porque a menina que mora na periferia
tem quatro, cinco, seis filhos por falta de uma Educação de qualidade. A menina
que faz universidade, Ver. Pedro Ruas, às vezes tem um filho, ou nenhum, porque
tem uma Educação de qualidade. E só temos uma professora formada, porque ela
passou por uma Educação de qualidade. O senhor, nobre Ver. Pedro Ruas, é um
excelente advogado, porque teve acesso à Educação de qualidade.
Agora
dizem, eu ouvi aqui, que a Governadora estaria comprando um avião. Esse avião
seria para fugir dos buracos, da má estrada, ou melhor, será que esse avião
seria para driblar os pedágios? Ver. Dib, nós vivemos num país democrático! Até
ali! Dizem que nós temos o direito de ir e vir! Negativo! Se eu não tiver
dinheiro para pagar o pedágio, eu não passo, ou, então, não volto! As coisas se
contradizem, não há o direito de ir e vir, este não é um País democrático! É o
País dos impostos! Impostos para acontecer isso aqui! TVCâmara, por gentileza.
(Mostra fotografias.) Eu quero mostrar o estado desta escola. Esta é a Escola
General Neto. As crianças estudando dentro de uns cubos de alumínio! É um
absurdo! E ali, eu vou dizer para os senhores e para as senhoras, ali, graças a
Deus e graças ao acompanhamento das suas famílias, o crack, a pedra, não
chegou ainda. Ali estão crianças inocentes, porque têm, ainda, o acompanhamento
da sua família! Mas ali, em seguida, se essa Escola continuar do jeito que
está, a droga também vai dominar. Então, eu apelo aos meus colegas, peço
socorro a essa Escola, em nome da dignidade daquela comunidade e daquelas
crianças, filhos de trabalhadores, que ali estão estudando. Muito obrigado,
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. DJ Cássia.
Verª
Sofia Cavedon, conforme solicitação, deferido de pronto o relato de
representação.
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Tempo Especial.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, vem
a calhar o meu relato, Ver. DJ Cassiá, com a sua denúncia. A Escola General
Neto é uma das escolas que resistem ao empobrecimento, ao abandono, e procura
fazer uma Educação de qualidade.
Hoje,
às 14 horas, estivemos com o Secretário Senna para, exatamente, viabilizar
transporte escolar para um grupo de alunos da General Neto, porque não só os
que estudam lá estão nessas condições, como há um grupo que tem de se deslocar
15 quilômetros e não têm ônibus para agora estudar na 7ª série, no início do
ano.
Meu
relato de viagem tem a ver com a tarefa que assumi no final do ano. Uma
Audiência Pública da ATEMPA trazia uma série de problemas na questão da
Educação e trazia um apelo à Casa de Porto Alegre, à Câmara, no sentido de
ajudar a fazer um debate com o Conselho Nacional de Educação, que emitiu uma
norma determinando que somente aos 18 anos o nosso jovem possa acessar a
Educação de Jovens e Adultos – EJA. E vocês sabem que temos, só na Rede
Municipal de Ensino, quase 40 escolas com educação de adultos, com professores,
presencial, e é a saída para muitos adolescentes de 15, 16, 17 anos, pais
prematuros, mães que são chefes de família, meninos e meninas que tiveram que
começar a trabalhar cedo, meninos e meninas que foram reprovados, muitas vezes,
na escola inadequada, e que, se essa norma for homologada pelo MEC, não terão
lugar para concluir seu ensino, porque a escola regular diurna já não serve
para eles, já que a vida adulta chegou muito cedo.
Então,
em dezembro, nós nos comprometíamos, junto com a ATEMPA – Associação dos
Trabalhadores em Educação -, nessa Audiência Pública, de levar ao Secretário de
Ação Continuada e Educação de Jovens e Adultos a posição do Estado do Rio
Grande do Sul, do Fórum Metropolitano de Educação de Adultos, do Fórum Estadual
de Educação de Adultos, da nossa entidade de classe aqui da Rede Municipal de
Ensino, no sentido de que nós não concordamos com a ampliação da idade para
ingresso na EJA, de 15 anos, que é hoje, na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Brasileira, para 18 anos, que é a proposta do Conselho Nacional de
Educação. Então, em reunião ontem, em Brasília, representando o compromisso que
o Presidente Melo assumiu quando presidiu a Audiência Pública no final do ano,
estive com a ATEMPA levando o relato dessa Audiência Pública e trabalhando com
o Secretário André Lázaro as razões pelas quais Porto Alegre se posiciona
contrária à mudança dessa idade. Porque o argumento do Conselho Nacional de
Educação é que a escola regular deve ter uma proposta pedagógica para
adolescentes de 15, 16, 17 anos. E nós dizemos que é verdade, toda escola tem
que mudar para acolher toda criança, para acolher seu jeito irreverente, para
trabalhar com a tecnologia, trabalhar com a informática, com a arte, com a
música, com a língua estrangeira, com a formação atual, e não deve ser uma escola
empobrecida, anacrônica, fora do seu tempo, que é a escola pública de forma
geral. Porém Porto Alegre já tem uma grande e larga experiência, transformou a
escola, tem turma de progressão, tem acolhido o adolescente multirrepetente, e
mesmo assim nós temos a convicção de que precisamos de um lugar para o
adolescente também na Educação de Jovens e Adultos, porque nem tudo depende da
escola.
A
“adultez”, a necessidade de sobrevivência no mundo adulto tem levado o jovem a
procurar a Educação noturna, e a EJA é um tempo menor, é uma proposta
pedagógica adequada ao seu tempo, porque o jovem entra a qualquer momento, ele
avança a qualquer momento, Ver. DJ Cássia. E nós temos mais de dois mil jovens
nessa idade, entre 15 e 17 anos, que estudam na Educação de Jovens e Adultos em
Porto Alegre. E, se essa norma vigorar, eles terão que sair e esperar os 18
anos para complementar seu estudo.
Então
esses recados nós levamos ao Secretário. E, para nossa alegria, o MEC não tem
acordo com o Conselho Nacional de Educação. Está devolvendo aos Secretários
Municipais de Educação... fará em março um Seminário com Secretários Estaduais
de Educação que tinham aprovado essa norma... Então o Conselho de Secretários
Estaduais tinha aprovado, e o MEC está devolvendo a eles e perguntando: qual a
proposta pedagógica para 15, 16, 17 anos? Portanto, a nossa tarefa foi reforçar
a posição do MEC, que vai problematizar essa mudança de idade e que vai fazer o
Conselho Nacional repensar. Nós não queremos criar mais uma lacuna para esses jovens
que já foram tantas vezes expulsos da escola, ou que já se tornaram adultos.
Queremos uma proposta pedagógica adequada para eles também na Educação de
Jovens e Adultos.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Verª Sofia Cavedon.
O
Ver. Pedro Ruas está com a palavra em Tempo Especial.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, no espaço regimental, faço o relato sintetizado
do que foi essa recente experiência dividida em três partes, pois estive na
França e na Suíça, mais especificamente, em Paris e em Genebra, com três
fundamentos básicos dessa viagem. O primeiro foi um convite que recebemos para,
junto com a Deputada Federal Luciana Genro, participar da fundação do novo
Patido anticapitalista francês, o NPA.
O
segundo, em função desse convite, é que solicitamos uma audiência na sede da
Organização Internacional do Trabalho em Genebra, a OIT, para apresentar e
pedir um parecer sobre o projeto que eu e a Deputada Luciana Genro trabalhamos,
com relação à suspensão da possibilidade de demissões no Brasil por seis meses.
Um projeto que, para nossa honra, teve Moção de Apoio, aprovado unanimemente
por esta Câmara Municipal, do qual levamos notícias.
O
terceiro fundamento da viagem foi uma audiência que pedi, em função das outras
duas agendas, na Prefeitura Municipal de Paris, para receber dados que só
tinham pela Internet com relação ao metrô e às ciclovias francesas, basicamente
as parisienses.
Quanto
ao primeiro episódio, a fundação do novo Partido anticapitalista francês se dá
em cima da dissolução do antigo movimento conhecido como LCR, e, a partir da
fundação desse Partido, Verª Juliana Brizola e Ver. João Dib, os filiados
passaram de três mil para 10 mil. É importante registrar que neste momento a
Europa vive o fantasma trágico do desemprego, e tem, assim como nós, uma
preocupação gigantesca com esse tema. A fundação do novo Partido
anticapitalista vai exatamente ao encontro de uma idéia de que a ideologia
capitalista fracassou. Portanto, o Partido anticapitalista abrangente tem
espaço na sociedade para crescer. Oxalá, assim aconteça!
Com
relação a OIT, fomos recebidos – eu e a Deputada Luciana – pela Diretora das
Relações Internacionais de Trabalho, Cleópatra Doumbia-Henry, que recebeu o
nosso Projeto, avaliou-o e teve do mesmo a melhor impressão, porque - além da
aprovação da nossa Câmara Municipal, onde foi a primeira Moção nesse sentido,
já há outras tramitando -, nós fizemos este Projeto em cima de uma convenção da
própria OIT. Portanto, a criatividade na verdade é da OIT. Fizemos esse
registro e tivemos uma receptividade que realmente nos emocionou. Na terceira
agenda fui só, e tive da Secretaria – estou chamando assim, mas é claro que o
nome é outro – de Transportes Parisienses um relato pormenorizado do
funcionamento do Metrô, que uma parte dos Vereadores conhece certamente, e
também das ciclovias, o que me interessou particularmente, porque eu não
conhecia. E não conhecia sequer o sistema das bicicletas da Prefeitura, que são
utilizadas por todo povo parisiense, gratuitamente. São 84 quilômetros de
ciclovias, mas as bicicletas tomam conta de Paris hoje, em todas as áreas, e
são respeitadas nesse sentido. E mais, quase 70% das bicicletas são do
Município: emprestadas a quem quer fazer uso delas para o transporte público.
Esses
dados todos que agora estamos fazendo um pequeno dossiê, nos deixaram com muita
certeza de que, não naquele nível, sabemos que a questão de investimento do
Metrô é algo extraordinário e provavelmente fora de cogitação neste momento,
pelo menos no que tange ao nosso alcance de capacidade Legislativa aqui na
Câmara Municipal, mas em relação a ciclovias e a esses instrumentos, como eles
os chamam, de deslocamento público, que são as bicicletas do Município, eu
tenho certeza de que Porto Alegre pode avançar muito com relação ao que já
existe.
Era
esse o resumo do Relatório, Sr. Presidente. Eu fico à disposição dos meus
colegas e agradeço a oportunidade de ter representado Porto Alegre nos três
eventos. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.).
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores
e Sras Vereadoras; Verª Maria Celeste, obrigada pela cedência do
tempo, falaria com toda a propriedade: nós definimos tratar da campanha do
CPERS, a campanha dos movimentos sociais, deflagrada hoje com um encontro dos
professores de todo o Estado do Rio Grande do Sul, aqui no Centro de Eventos,
refletindo o seu fazer pedagógico, as suas posições e conceitos em relação à
política da Secretária Mariza, a política educacional Yeda/Mariza. E os motivos
dessa campanha tão dura - que está sendo comentada e ameaçada pelo Governo do
Estado, que não suporta crítica através dos outdoors, documentos foram
encaminhados à Intelig nesse sentido - não são poucos. No mês de janeiro,
quando esta Casa trabalhava em representação, Ver. Adeli, nós acompanhamos a
chantagem da Secretária Mariza para permanecer no Governo com condições. Se
fosse uma Secretária que, de fato, quisesse a qualidade da Educação, ela
estaria chantageando para que o Governo Yeda, Ver. Dib, aplicasse o
constitucional em Educação. Se eu fosse Secretária de Educação, ou um daqueles
que, de fato, querem qualidade na Educação, chantagearia a Governadora para ela
fazer concurso, terminar com os contrários temporários, ter professor em sala
de aula, ter educador nas bibliotecas que estão fechadas, abrir salas de
Informática no Ensino Médio. A maioria das escolas de Ensino Médio, que têm que
trabalhar com adolescente, não tem um computador para trabalhar. A Escola
Alberto Torres, há um ano, com dez computadores, mas a sala fechada; como é que
faz o Ensino Médio, como é que prepara para o mundo do trabalho? A
Secretária Mariza não estava chantageando para ter professor na Informática,
para ter computador nas salas de aula, não estava chantageando para ter prédio
decente, para ter recurso para a Educação para fazer formação de professores;
ao contrário, a chantagem da Secretária é que ela queria carta branca. Para
quê? Para cumprir o que está escrito no contrato que a Governadora Yeda fez com
o Banco Mundial para receber um bilhão de dólares. Ela se comprometeu em mexer
no plano de carreira e mudar a gestão: estabelecer a gestão por produtividade.
Compromisso do Governo do Estado com o Banco Mundial, para receber um bilhão! A
chantagem da Mariza é porque tinha gente reagindo às propostas dela de mexer no
plano de carreira; a chantagem é porque ela quer aprofundar, quer discutir a
gestão da escola, quer mexer na eleição de diretores! Está questionando a
democracia construída no Estado do Rio Grande do Sul e quer interferir na
indicação dos gestores. A Mariza é a primeira, na frente dos Secretários Estaduais,
para derrubar a conquista do piso que a Governadora entrou junto com outros
Governadores na Justiça para não ter que pagar um piso mínimo, digno, de 950
reais aos professores. A Mariza fez chantagem para aplicar arrocho, aplicar
ajuste fiscal nas escolas e estabelecer meritocracia, porque ela quer melhorar
os indicadores de qualidade, os indicadores que, para ela, são os testes no
resultado do aluno, indicadores para os quais ela quer premiar professor,
estabelecer uma guerra dentro das escolas, classificar e ranquear a escola boa,
a escola ruim, a escola péssima, o aluno bom, o aluno ruim, o aluno péssimo.
Para a Mariza, não existe humanização; para a Mariza, não tem necessidade de
formação de professores, do que a gente nem escuta falar. Educação, para ela,
são números, são métodos, são cartilhas, tecnologias que ela adquire, como Alfa
e Beta, como a cartilha Ayrton Senna, e os professores são meros aplicadores de
cartilhas pré-prontas, e faz uma política pedagógica, portanto, de resultados.
É
lamentável que estejamos vendo isso no Estado do Rio Grande do Sul, e por isso
que o CPERS reage, por isso que essa campanha está nas ruas, por isso que os
educadores estão aprofundando quais são os seus conceitos de qualidade e de
Educação, porque o aviltamento é muito grande. Uma greve no final do ano foi
para evitar um golpe no plano de carreira, um golpe no piso, no final do ano. É
preciso que os professores parem, porque não há diálogo, porque há
autoritarismo e porque a chantagem que a Secretária de Educação faz é para ter
costas quentes, para ter todo o poder para arrochar, e não para elevar a
Educação.
Então,
boa luta aos educadores. Fernanda, que pena que não estive ontem aqui para
brigar junto, para a gente apoiar o repúdio à Brigada Militar, porque ou os
movimentos sociais neste Estado se movimentam, ou este Estado vai perder tanto
como nunca viu na sua história. O Estado que menos cresce, Estado que é
autoritário, Estado que não inclui, e a Educação só perde qualidade com essas
políticas da Governadora. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, na segunda-feira, a Verª Sofia dizia que tinha um sonho. Eu
também tenho um sonho: que um dia a Comunicação de Líder, nesta Casa, seja
feita na forma do Regimento Interno, art. 229.
Mas eu também gostaria de falar dos problemas que a
nossa querida Verª Sofia Cavedon trata aqui. Ela é minha amiga, e isso ocorreu
antes de ser Vereadora, quando ela vinha aqui tratar de professores que estavam
concursados, do número de vagas, professores contratados; aí nós nos tornamos
amigos. Eu tinha alguma dificuldade de entender a Administração do Partido dos
Trabalhadores, porque não eram permitidos contratos, e lei elaborada pela
própria Prefeitura falava em contratação emergencial ou contratação em caso de
calamidade pública. Nunca foi decretada emergência, nunca foi decretada
calamidade pública, e os contratos, até para juiz de futebol, aconteceram.
Coisa incrível, não é?
Agora, a nossa querida Profª Sofia Cavedon fala na
Mariza. Quando a gente diz: é a Mariza, e sabe quem é, a pessoa já é famosa. A
nossa Profª Sofia está tornando a Mariza famosa - a Mariza, a Mariza. Não é a
Mariza do Lula, é a Mariza, Secretária de Educação.
Mas vamos falar em gastos com a Educação. Num dos
anos da Administração Tarso Fernando, o Tribunal de Contas, analisando as
contas da Prefeitura, dizia que, mais uma vez, não havia aplicado os recursos
determinados pela Lei Orgânica na Educação, que havia aplicado menos de 22%,
quando a Lei determina 25%, além de dizer que, se voltasse a fazer a mesma
coisa, as contas seriam rejeitadas. Mas, dessa vez, o Tribunal se enganou: os
gastos da Prefeitura com Educação, em relação aos impostos, são de 30% e não de
25%; eles nunca chegaram a 25%. Agora, vai ali falar de um Estado que está mal
e de uma Prefeitura na qual sobrava dinheiro, aplicava dinheiro em open
market. Quando entrou, o Prefeito Olívio disse
que não tinha dinheiro para pagar os funcionários no mês de janeiro de 1990 e,
contrariando a Lei Orgânica, parcelou o salário dos municipários. O primeiro
pagamento no dia 31 de janeiro, dentro da Lei Orgânica; o segundo pagamento, no
dia 6 de fevereiro; o terceiro pagamento, no dia 15 de fevereiro. Mas Deus
escreve certo por linhas tortas. Eu, na realidade, pedi uma Comissão
Parlamentar de Inquérito para S. Exª definir o fato. A Câmara não entendeu o
que eu estava fazendo e não concedeu a Comissão, mas, como eu disse, Deus
escreve certo por linhas tortas.
Um
amigo meu vai lá ao Banco do Estado de São Paulo e faz uma aplicação de open
market de 10 mil cruzeiros. Levou para casa o recibo; chegou em casa e
ficou horrorizado: 107 milhões de cruzeiros! Uma Prefeitura que não tinha 70
milhões - e eu teimava que tinha - para pagar os funcionários e parcelou o seus
salários em um ano de inflação extraordinária; simplesmente tinha aplicado 107
milhões em open market. Vejam só que falam da Mariza - aquele era o
Olívio, quando se fala no Olívio todo mundo sabe quem é.
Então,
eu continuo sonhando que o art. 229 do Regimento Interno seja respeitado e que
o Tempo de Liderança seja usado seriedade e responsabilidade. Saúde e PAZ! Eu
também usei mal agora, porque eu não tratei de um assunto inadiável.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Ver.
João Dib, a presidência da Mesa, enquanto estiver sob a minha responsabilidade,
cuidará disso com amor e carinho e com os cuidados do Regimento Interno.
Obrigado.
O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente, ainda bem que o Ver. João Dib, encerrando, disse que ele também
havia cometido um engano por usar a Liderança e não falar nada. E com qual
critério? Qual é o critério? Como nós vamos fazer para saber que o assunto é
importante e que merece a Liderança? Fica difícil, fica complicado.
Sobre
o debate aqui da Escola Estadual General Neto, eu entendo por que a Verª Sofia
disse que está em péssimas condições; eu sei por que, e o DJ também. Mas na
Administração do Partido dos Trabalhadores, a Escola Estadual General Neto
tinha três andares, elevador, ar-condicionado, cantina; tinha tudo isso; aí,
teve um furacão, e derrubou a escola. Acabou, mas na época do PT a General Neto
tinha tudo isso: três andares, elevador, ar-condicionado, merenda de primeira.
Tudo isso aí.
E se fala muito em
Educação, e, para mim, ela passa pelo jogo. Eu sou “bingueiro”, e não escondo
as minhas atitudes. Jogo num bingo clandestino em Porto Alegre. Há uns três ou
quatro. O Governo está perdendo a oportunidade de arrecadar com esses jogos. E
a alegação é de que essas casas de bingo servem para lavar dinheiro. Mas se é
isso, prendam o proprietário de bingo que faz lavagem de dinheiro! E os bons
empresários, que bancam esse jogo, que sejam liberados para a geração de
empregos. O Adeli Sell sabe o número de desempregados no Estado, só em função
do jogo de bingo.
Ah!
Mas jogo não pode! Mas pode megassena, timemania, supersena, quina, loteria...
Tudo no cassino da Caixa Econômica Federal! Deveria se chamar Caixa Cassino
Federal. E nós perdendo a possibilidade de trazermos dólares, euros do
Exterior, com cassino na Serra, cassino no Pantanal, cassino em Fortaleza,
cassino no litoral de Santa Catarina, para pegar argentino, uruguaio e chileno,
que deixam dólares aqui. Não, cassino só pode funcionar aquele que é do Governo
Federal: a Caixa. Todo tipo de jogo. Ainda bem que temos o sagrado
jogo-do-bicho, que não acaba nunca. Na semana passada, acertei uma
“centeninha”.
Eu
não sou moralista de cueca. De jeito nenhum! Não há a mínima condição de eu não
chegar aqui da mesma forma que chego ao microfone da rádio, usando a minha
transparência, o meu jeito de ser. Às vezes agrado; às vezes não agrado.
Mas,
na real, é isso que se arrasta. A Educação, no Brasil, precisa de verba. Então,
tirem da mega-sena. Quando a mega-sena chega a 30 milhões, o líquido, já
arrecadou quase 500 milhões, quase um bilhão de reais. E onde está esse
dinheiro? Na época do Fernando Henrique, o PT, às vezes, cobrava isso também.
Agora, é um silêncio sepulcral. Ninguém cobra! Onde está o dinheiro da
mega-sena? É muito dinheiro, é dinheiro bastante, que daria, sim, se bem
distribuído, José Tarciso de Souza, o Flecha Negra, se bem distribuído, para
resolvermos os problemas que temos na Educação, no País. Agora, ninguém sabe
para onde vai esse dinheiro! Mas desempregam os pobres coitados dos
“carteleiros”, que vendem cartelas de bingo, aqui, em São Paulo e no Brasil
inteiro.
Cassino
estabelecido, apenas para o Governo da República; nós não podemos de jeito
nenhum.
Agora
tem o tal de Bolsa Família, essa bolsa miséria, sei lá, esse negócio; dão
comida e garantem o voto. É a ditadura do voto. Tem 20 milhões de bolsas, com
mais 20, são 40 milhões; 40 milhões de votos o “negão” já está pegando no
pedaço.
Então,
o Hugo Chávez tem um jeito para fazer a ditadura dele. O Lugo, no Paraguai, tem
outro jeitinho. O Evo Morales tem um jeito, e o Lula dá de comer para os
cidadãos, lá nos grotões, onde não chega nada para ler: “Ah, o ‘padinho’ tá
chegando com a nossa comida, e depois nóis vota nele”. Isso é bolsa-ditadura!
E, por favor, não preguem moral de cueca, que isso é muito feio. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Obrigado, Ver. Haroldo de Souza.
Apregoamos a representação da Verª Sofia Cavedon do dia 16/02 ao dia 17/02, no Curso de Formação para as Equipes Diretivas das Escolas Municipais de Vacaria, na cidade de Vacaria, sem necessidade de diárias e sem necessidade de passagens.
Passamos
à
PAUTA
- DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1550/08 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 012/08, de autoria do Ver. João Carlos
Nedel, que concede a Comenda Porto do Sol ao Monsenhor Máximo Benvegnú.
PROC.
Nº 1588/08 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 014/08, de autoria do Ver. João Carlos
Nedel, que concede a Comenda Porto do Sol ao Senhor Jeter Jorge Bertoletti.
PROC.
Nº 4202/08 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 036/08, de autoria do Ver. Beto Moesch,
que concede a Comenda Porto do Sol ao Núcleo Amigos da Terra/Brasil.
PROC.
Nº 5239/08 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 050/08, de autoria do Ver. Mauro Zacher,
que concede a Comenda Porto do Sol ao Senhor Silvio Luiz Belbute.
PROC.
Nº 0033/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 001/09, que autoriza o
Executivo Municipal a realizar Contrato de Comodato com a União dos Escoteiros
do Brasil – UEB, de área no interior do Parque Municipal Saint’Hilaire.
PROC.
Nº 0368/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 002/09, que declara de
utilidade pública a Fundação Fé e Alegria do Brasil – Sub Regional Rio Grande
do Sul.
PROC.
Nº 0369/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 003/09, que autoriza
permuta de imóvel na Rua Jary, bairro Passo d’Areia, bem como doação ao
Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB, para fins de habitação popular.
PROC.
Nº 0570/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 004/09, que autoriza o
Município de Porto Alegre a desafetar da destinação de uso comum do povo os equipamentos
urbanos e os logradouros públicos de que trata, para fins de regularização do
registro do loteamento Porto Seco.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 6853/08 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 020/08, que introduz alterações nos usos permitidos para a Subunidade
3 da Unidade de Estruturação Urbana (UEU) 4036 e dá outras providências.
PROC.
Nº 6180/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 252/08, de autoria do
Ver. Nereu D'Avila, que altera dispositivos da Lei nº 8.279, de 20 de janeiro
de 1999, e alterações posteriores, que disciplina o uso de Mobiliário Urbano e
Veículos Publicitários no Município e dá outras providências, e revoga o § 3º
do art. 38 dessa Lei. Com Emenda nº 01.
PROC.
Nº 6298/08 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 054/08, que cria 02
(duas) Funções Gratificadas junto ao Quadro de Postos de Confiança do
Magistério Público Municipal e 01 (uma) Função Gratificada junto ao quadro da
Administração Geral da Prefeitura Municipal de Porto Alegre – PMPA, as 03
(três) a serem lotadas em Unidade de Ensino da Secretaria Municipal de Educação
– SMED, e dá outras providências.
PROC.
Nº 6886/08 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 021/08, que autoriza o
Município alterar do uso comum do povo para de uso especial área do trecho da
Rua Francisco Vanzelotti e a área da Praça, sem denominação, cadastrada sob o
nº 59/6, localizada na Rua Francisco Vanzelotti, para integrá-las como área da
Escola de Ensino Fundamental Jean Piaget.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, eu gostaria de ser um advogado, mas eu queria ser
um advogado igual ao Dr. Cláudio Roberto Velasquez. Esse eu queria ser, assim
eu me sentiria realizado. Eu não perco a oportunidade de elogiar a figura
extraordinária desse jovem simples, tímido até, mas que é um senhor advogado.
Aquela Prefeitura que tem lá 60 Procuradores e acha que é pouco, de vez em
quando submete o Prefeito a algumas coisas que não deveriam. O Prefeito, se
tivesse que fazer uma reunião com o Secretariado, pelo que vi no jornal O Sul,
hoje, teriam 32 pessoas. Quando eu era Prefeito, teria menos da metade. Como
dizia o guru indiano: simplifica, meu filho, que as coisas vão melhorar. Aqui o
Dr. Cláudio Roberto Velasquez diz que “é submetido a exame desta Procuradoria,
para parecer prévio, o Projeto de Lei do Executivo (...), que autoriza o
Executivo Municipal a celebrar Contrato de Comodato com a União dos Escoteiros
do Brasil – UEB (...)”. Ele diz que é função, sim, do Município. Não há
problema nenhum. Mas ele é modesto, acrescenta: “cabe assinalar, apenas, que o
comodato é contrato de Direito Privado e, no entendimento da doutrina, não
consubstancia o instrumento jurídico adequado à utilização de imóveis públicos
por terceiros. A Lei Orgânica, art. 15, relaciona concessão, permissão e
autorização de uso como formas de utilização de imóveis públicos por
particulares.” É claro que, em 1978, quando foi dado em comodato, era outra Lei
Orgânica. A atual diz que não pode. Mas o nosso ilustre Procurador disse muito
claramente o que os sessenta e poucos procuradores do Município deveriam ter
dito ao Prefeito.
Temos,
em Pauta, uma autorização para desafetar áreas de uso comum para loteamento no
Porto Seco. Mais uma vez me valho da formação técnica e da sensibilidade
política do Ilustre Dr. Cláudio Roberto Velasquez. Ele, em primeiro lugar, diz:
“...a desafetação, no conceito que lhe dá a doutrina, é o trespasse de bens
públicos de uso comum ou especial para a categoria dos bens dominiais.” Ele
cita uma grande autora, Maria Sylvia Zanella di Pietro, tratando sobre Direito
Administrativo, dizendo exatamente como se deve proceder para fazer a
desafetação e quando deve ser feita. Com aquela modéstia que o caracteriza, ele
diz: “...de assinalar que o Chefe do Poder Executivo declara a titularidade dos
bens pelo Município, embora o processo não contemple elementos relativos aos
imóveis, objeto da proposição.” É difícil entender que um Projeto que trata de
um loteamento tenha vindo a esta Casa sem que tenha sequer uma planta! É muito
difícil; é muito procurador, e, procurando, procurando não acham. É mais fácil
ter menos Secretários que não lhe dirão que ele pode fazer 495 quilômetros de
ciclovias em Porto Alegre. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. João Antonio Dib. O próximo inscrito para discutir a Pauta é este
Vereador. (Pausa.)
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; senhores Vereadores e senhoras Vereadoras, em
Pauta o novo Projeto do Governo do Pontal do Estaleiro. Acho que a primeira
consideração, que é muito importante, nós vamos repetir muitas vezes, vamos
repetir muitas vezes, é que desta vez... Nós sempre dizíamos, o ano passado:
são Vereadores da base do Governo. O Governo se omitiu porque deveria ter
mandado o Projeto, tinha uma Lei que regulamentava; o Governo não o fez, por
mais que os empreendedores tenham colocado para tramitar o Projeto do Pontal do
Estaleiro por dois anos na Prefeitura, com vários Pareceres favoráveis ao
mesmo. Então foi uma omissão do Governo Fogaça. Depois, os Vereadores tomaram a
frente, nós alertamos, levantamos que tinha Vício de Origem, que não vieram os
Estudos de Impacto Ambiental, não vieram Estudos de Impacto Urbano, de Impacto
de Vizinhança, que o Projeto desrespeitava profundamente a Área de Preservação
Permanente e a Área de Interesse Cultural. E, de fato, acabou acontecendo uma
comoção na Cidade, e o Prefeito veta, apesar de os Vereadores da base do seu
Governo terem aprovado o Projeto. E veta enviando um Projeto muito semelhante.
E é aí que eu quero deixar claro, então, que a posição do Prefeito e da
Prefeitura é favorável à habitação na orla. O Prefeito Fogaça é favorável à
habitação na orla. E vou repetir isto, porque essa jogada muito esperta de
vetar, de liberar as Bancadas para que talvez derrubassem o Veto para preservar
a Prefeitura é uma jogada que me incomoda por preservar um Prefeito
que faz uma política e que se esconde; mas me incomoda porque a sociedade
gaúcha e porto-alegrense espera que o seu Executivo seja, de fato, o guardião
das leis, que seja, de fato, o órgão mediador entre a vontade da cidadania, a
vontade dos empreendedores e o cumprimento das leis. O Fogaça não faz isso! E,
pior do que não fazer isso, confunde a população omitindo-se ou, ao omitir-se,
pedindo para a sua base realizar o que ele gostaria de fazer ao mandar para cá
o projeto de moradia na orla; coloca um Referendo, como se fosse um democrata.
Ele quer isso, mas a população que diga “sim” ou “não”. E nós sabemos que
Referendo é uma posição posterior a uma votação. Nós sabemos que Referendo,
nesse caso, para uma área privada é muito caro. E aí há uma área privada
pequena, há emendas ali que a gente sabe que vão construir um arremedo de
questionamentos à população. E nós sabemos que nesse caso tem empreendedor
privado muito interessado. Tanto que, depois da manutenção do Veto, era só
olhar a capa do jornal Zero Hora para ver a manchete, que dizia: “Estaleiro
será aprovado...”, ou: “...será consultada a população...” Quer dizer, o jornal
Zero Hora antecipava a nossa posição em relação ao novo Projeto. Então, esse
tema tem que ficar muito claro.
Esse Executivo Municipal, na questão do Grêmio e do
Inter, deixou muito clara a posição do Secretário Fortunati, que veio aqui,
militou e foi intransigente para baixarmos a altura dos empreendimentos dos 18
edifícios com 23 andares que serão construídos no Humaitá e outros 15 ou 16,
que serão realizados onde hoje está o Olímpico; com uma altura de 72 metros,
acima da altura máxima da Cidade. Portanto o Secretário Fortunati - o Governo
Fogaça - se posiciona, sim, pelo aumento da altura, e Plano Diretor tenta
baixar. Então, temos uma posição de Governo e nós queremos garantir o debate
com a Cidade.
Portanto, somos contrários e queremos fazer o
protesto pela votação do regime de urgência, porque esse é um Projeto que
deveria tramitar nas Comissões. É um novo Projeto.
Encerro, dizendo que tem tanta discordância com
relação à Lei nº 470, Ver. Pujol, que retorna a esta Casa, que o Projeto mantém
quase na íntegra a Lei nº 470.
A única mudança do Prefeito Fogaça em relação à atual Lei do Estaleiro é a
permissão de moradia. Portanto, a tão famigerada Lei nº 470 é muito boa. Tanto
que, aqui nesta Casa, se recuou para os índices da Lei nº 470. E nós queremos
alertar: moradia na orla não é só para aquele pedaço; é determinar um novo
futuro para a orla.
Portanto,
a primeira discussão é a discussão do Plano Diretor: qual o destino que a
Cidade de Porto Alegre quer dar para a sua orla? Submeter o Estaleiro Só à área
privada, a esse destino, discutindo, soberanamente, pela Cidade? Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Verª Sofia Cavedon.
O
Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores
e Sras Vereadoras, público que nos assiste, mais uma vez vamos
discutir aqui o Projeto Pontal do Estaleiro. Conforme a Verª Sofia Cavedon
falou, é difícil entender. Às vezes, a população de Porto Alegre acaba não
entendendo essas manobras políticas realizadas pelo Governo, pela Prefeitura.
Parece que o nosso Prefeito José Fogaça é bonzinho e vetou o Projeto, quando,
pelo contrário, ele veta o Projeto do Pontal e envia um outro Projeto ainda
pior para a sociedade. Pior devido a vários fatores. Primeiro, a retirada do
Impacto do Segundo Nível, Ver. João Antonio Dib – V. Exª sabe que tira as
responsabilidades do empreendedor, e isso acaba prejudicando a nossa
comunidade.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Mauro Pinheiro, no
dia da votação do Projeto Pontal do Estaleiro, ao qual votei favoravelmente, eu
disse que alguns Vereadores não entendiam o que estavam votando. Nós apenas
estávamos alterando uma lei do ex-Prefeito Tarso Genro, em que eu, João Dib,
havia colocado uma Emenda que não poderia ser de uso residencial. Nós
recolocamos “residencial” porque os técnicos em urbanismo desta Cidade acharam
que era mais interessante. E a própria Prefeitura achava assim. Não se está
fazendo nada mais do que permitir, dentro de uma lei do Tarso Genro, a
utilização residencial que foi negada.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Muito
obrigado, Ver. João Antonio Dib. Mas, além disso, Vereador, foi retirado o
Impacto de Segundo Nível nesse próximo Projeto, e isso tira obrigações da
empresa empreendedora. É mais um motivo para sermos contra este Projeto, mas
como bem o senhor sabe, o pior de tudo é construirmos as residências na orla do
Guaíba. A população de Porto Alegre tem o direito de decidir, e tenho certeza
de que vai decidir, através de um Referendo, qual orla quer. Este Vereador é
totalmente contra as residências na beira do Guaíba, porque queremos uma orla
desenvolvida, mas para que todos possam ter acesso, possam transitar, e é
justamente isso que nós, a Bancada do PT, estamos defendendo: uma orla para
todos.
Se construirmos residências na orla do Guaíba, estaremos
privilegiando alguns poucos que têm maior capacidade financeira, e é justamente
sobre isso que não podemos nos omitir, e deixar um Projeto desta natureza, que
privilegia a orla para alguns, Ver. João Dib. Nós queremos, sim, uma orla
livre, 72 quilômetros de orla aproveitados para o turismo, para que as pessoas
possam transitar. Quem sabe trazer para Porto Alegre os hermanos, que
passam por Porto Alegre para se dirigirem a Santa Catarina? Quem sabe com a
orla do Guaíba desenvolvida, com restaurantes e bares, possamos desenvolver
ainda mais o turismo nesta Cidade?
Também queremos fazer uma colocação com relação à
pressa com que esta Casa quer votar o Projeto do Pontal do Estaleiro. O
Carrefour é um exemplo prático da pressa, pois foi concedido um Alvará
provisório para aquele grande empreendimento, equivocado, na Zona Norte de
Porto Alegre. Mais um, por sinal, porque na Zona Norte de Porto Alegre há um
conjunto de hipermercados que cada vez está congestionando mais aquela região
da Av. Sertório, onde estão instalados três grandes empreendimentos que, com
certeza, vão atrapalhar ainda mais o trânsito, como os pequenos empreendimentos
e o comércio do bairro. Quero contrapor o Ver. Haroldo de Souza que, no seu
pronunciamento, disse que o Carrefour trouxe 800 empregos para a cidade de
Porto Alegre, pois estes 800 empregos vão custar muito caro para a Cidade pelos
empregos que serão perdidos nos pequenos comércios de bairro. Acho que deveria
ter uma pesquisa sobre o impacto que tais hipermercados podem causar à economia
de uma região da Cidade; um impacto negativo, com certeza.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver.
Mauro Pinheiro.
Antes de passar à próxima inscrição, queria
esclarecer, principalmente aos novos Vereadores que por alguma razão não
saibam, como eu fiquei sabendo há pouco, que a Discussão Preliminar de Pauta
tem inscrições feitas à Mesa, neste livro aqui (Mostra livro.), que é colocado
na mesa da presidência, 15 minutos antes da abertura de todas as Sessões. Portanto,
os Vereadores que quiserem se pronunciar sobre a Pauta devem se inscrever,
aqui, antes do início das Sessões.
Há sempre cinco inscrições, não há troca, apenas o
seguinte: se chamarmos cinco e algum faltar, o sexto orador fala; se faltarem
dois, o sétimo inscrito fala e assim sucessivamente. Espero que esteja claro,
se alguém tiver dúvida, por favor, fale com esta presidência, no momento, ou
com o Dr. Luiz Afonso.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente; Sras Vereadores e Srs. Vereadores, eu devo confessar, lisamente, que estava
estimulado, neste período de Discussão Preliminar a Pauta da Casa, a falar a
respeito de dois Projetos que estão tramitando. Um deles mereceu do Ver. Dib um
exame mais aprofundado, ensejando, inclusive, que o mesmo tributasse justiça a
um funcionário da Casa, cujas qualificações profissionais, há mais tempo, Ver.
Nagelstein, são reconhecidas, que é o Dr. Cláudio Roberto Velasquez, que é um
excelente profissional, um estudioso do Direito Municipal, da Legislação
específica, e que tem, sistematicamente, oferecido excelentes pareceres na
manifestação preliminar que a Procuradoria realiza. Mas alguns pronunciamentos
me fizeram mudar a rota. Eu não pretendia falar sobre este tema do Projeto de
Lei Complementar do Executivo que trata sobre o Estaleiro e as propostas que ali
estão por ser desenvolvidas. Acontece, Ver. Valter Nagelstein, que eu tenho
ouvido sistematicamente algumas coisas que, inicialmente, me deixaram intrigado,
depois, me deixaram perplexo. Agora, já estão mexendo comigo mais
profundamente, porque a minha perplexidade já passa a ter uma resistência,
pois, sistematicamente, dizem coisas que até parece que as pessoas, aqui em
Porto Alegre, quando fazem um empreendimento, Ver. Adeli Sell, são inimigas da
Cidade. É o que me parece. As pessoas querem, parece incrível, mas as pessoas
vêm aqui e dizem que tais projetos não podem ser desenvolvidos pela iniciativa
privada, porque isso vai gerar resultado financeiro, vai gerar lucro para as
pessoas. Quem sabe encontra-se outra forma de encaminhar o processo econômico,
diferente daquele que, nos meus quase 70 anos, aprendi? Se não houver um
resultado positivo, em regime algum o investimento vai ser feito.
Agora, por exemplo, discute-se, já está sendo
anunciada a convocação de assembléias populares, de Audiências Públicas, a
construção de Consulta Popular, em função de uma única discussão. E essa única
discussão é saber se ali na orla do Guaíba - como todos dizem, ali naquela
península onde esteve algum tempo o Estaleiro Só e que há muito tempo não tem
mais nada, a não ser ruínas - devem ser construídos somente prédios para
comércio e serviços, ou se podem ser construídos prédios também para moradia.
Ora, é uma discussão muito frágil para ganhar tanto
tempo da Casa e, especialmente, envolver tanto tempo da sociedade a respeito
dessa definição.
Ora, eu quero fazer uma afirmação pessoal: as
experiências de regime urbanístico puro, exclusivamente comercial,
exclusivamente residencial, exclusivamente industrial têm sido um equívoco em
toda a parte. E Porto Alegre conhece esses equívocos: faz-se uma zona
residencial pura e, logo depois, começam a aparecer deformações aqui e acolá
com o surgimento de pequenos comércios que vão crescendo e vão se
transformando.
O mesmo ocorre quando quer se evitar que a moradia possa se miscigenar com a
atividade comercial, com a atividade empresarial, com a atividade de serviços.
Eu convidaria qualquer um, para numa noite, na Rua Sete de Setembro, nas
proximidades da Prefeitura, onde só tem comércio, onde ninguém mora, para ver o
deserto que isso representa à noite. Não é isso que se possa pretender. Aliás,
o Prefeito Tarso Genro, quando mandou este Projeto para a Câmara, em 1991, já
tinha essa visão. Naquela ocasião, a Câmara entendeu diversamente, mas isso é
evoluir. Agora, a gente está reconhecendo; tinha razão o Prefeito Tarso Genro:
naquela área há de ter comércio, serviços e também habitação.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. Reginaldo Pujol.
A
Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o projeto que gostaria
de discutir nesta intervenção de Pauta é o Projeto que está novamente nesta
Casa, agora por iniciativa do Governo Municipal, que é o Projeto que diz
respeito ao Pontal do Estaleiro. Estamos na 2.ª Sessão Preliminar de Pauta com
um Projeto importante para toda a cidade de Porto Alegre, votado em regime de urgência,
o que causa, para nós, muita estranheza essa urgência e necessidade de aprovar
este Projeto de uma forma açodada nesta Casa - como o foi no final do ano
passado, o Projeto de iniciativa dos Vereadores, como foi, naquele período,
encaminhado por um grupo de Vereadores. Todas as questões que nós levantávamos,
à época, sobre o Projeto foram referendadas pelo Prefeito Municipal, que
encaminhou um Veto a esta Casa.
Ocorre
que, ao encaminhar este Projeto, o Prefeito tira o vício de iniciativa, que era
a grande questão do Projeto anterior, e regulamenta, por ser um projeto de
iniciativa do Executivo local, mas há uma preocupação maior, nossa, em relação
ao texto deste Projeto. Ele incorporou as emendas apresentadas pelos
Vereadores, no Projeto dos Vereadores, mas ele piora, na sua construção – e
aqui eu não estou falando do Referendo, acho que a iniciativa do Referendo é
uma boa iniciativa, não só para aquela parte, mas um Referendo que trate e que
fale sobre a orla da Cidade, como um todo –, quando ele retira o artigo da Lei
anterior que traz o regime urbanístico daquela região. O regime urbanístico
daquela região, apontado no Projeto dos Vereadores, era um regime de Impacto de
Nível 2. Isso significa que aquela obra, naquele local específico, Pontal do Estaleiro,
é uma obra de grande impacto para todo o Bairro, para toda aquela região. E
esse impacto no entorno do empreendimento, causado naquela região, ao ser
retirado, não estando contemplado neste Projeto do Governo, libera o
empreendedor para, simplesmente, fazer a obra no Pontal do Estaleiro,
desonerando qualquer contrapartida do empreendedor no aspecto do sistema
viário, das questões do entorno, da revitalização daquele Bairro como um todo.
Então,
uma grande obra, um grande impacto, e lamentamos que, no Projeto, não esteja
contemplado de acordo com o Plano Diretor.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, V. Exª
sabe o respeito que eu lhe tributo. Nós examinamos, há pouco tempo, os dois,
aqui; a Lei nº 470 é a mesma, apenas modificando que, antes, era só comercial;
hoje, comercial e residencial. Não há alteração maior, nós examinamos isso
aqui, há poucos minutos.
A
SRA. MARIA CELESTE: Com
certeza, Ver. João Antonio Dib, nós estamos muito atentos ao que diz a Lei nº
470, e mais ainda nos causa estranheza a urgência para a discussão sobre esse
Projeto, tendo em vista que, nesta semana, nós constituímos a Comissão Especial
do Plano Diretor e ali, sim, tem o tratado sobre a questão urbanística da Cidade
como um todo, mas, também, especificamente, sobre a orla, que é de onde nós
estamos falando, do Projeto do Pontal do Estaleiro.
Nós
aqui queremos continuar o debate, e louvo a iniciativa do Presidente da Casa,
que aceitou a sugestão de uma Audiência Pública sobre o tema, a publicização de
um edital, dando o conteúdo desse Projeto para a população de Porto Alegre,
porque até agora estávamos simplesmente discutindo a questão do Referendo, o
que não é de todo verdade, porque o Projeto é muito mais abrangente, e nos
preocupa muito mais a questão da retirada do Nível 2, o que piora sensivelmente
o Projeto encaminhado pelo Executivo. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Encerrada
a discussão de Pauta.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, Ver. Adeli, eu não usei o artifício regimental de pedir um
minuto de silêncio pelo passamento de um grande amigo meu, o Sr. Rene Lang, da
Padaria Lang, na Rua Niterói, ali no bairro Medianeira, porque acho que o
respeito que temos de ter para com as pessoas não se resume apenas naquele
minuto de silêncio solicitado no plenário da Câmara.
Quero
fazer uma referência a esse homem extremamente trabalhador, um homem que
dificilmente a gente conseguia enxergar sem que ele estivesse prestando o seu
serviço para sua comunidade; também um homem extremamente religioso, juntamente
com a sua família, e, num determinado momento, por essas coisas do destino,
resolveu tirar uma semana de descanso, Ver. Todeschini, e, nessa semana, foi
para Santa Catarina. Infelizmente, a rodovia, Ver. DJ Cassiá, está muito
perigosa, mas, se Deus quiser, com as reformas que serão feitas, quem sabe com
o PAC, com coisas mais que se anunciam, essa rodovia vai se tornar, realmente,
mais segura para todos que ali trafegam, mas ela ainda é extremamente perigosa.
E, numa dessas armadilhas da Rodovia, meu amigo Rene Lang acabou chocando sua
caminhonete contra um caminhão e faleceu. Sua esposa também ficou mal,
juntamente com o filho, mas graças a Deus - venho agora do velório do Rene -,
eles se encontram fora de perigo, pelo menos de acordo com as notícias que
recebemos lá no Cemitério Luterano. Faço questão de registrar isso em respeito
que tenho pela família, pela trajetória do Rene, por tudo aquilo que ele sempre
representou para todas aquelas pessoas da região do bairro Medianeira, por tudo
aquilo que ele representou para seus amigos, pelo ótimo cidadão que ele sempre
foi e pelo grande amigo que sempre deu demonstração de ser na relação que teve
comigo.
Então,
eu quero deixar esse registro aqui no tempo de Liderança do meu Partido,
dizendo que não apenas aquela região da Medianeira se encontra sensibilizada
por causa desse passamento, desse ocorrido, mas, com toda certeza, todos os
amigos em todas as regiões desta Cidade e em algumas regiões do Rio Grande do
Sul também choram essa morte, de uma pessoa que realmente soube dar grandes
exemplos durante toda a sua vida. Faço questão de registrar isso em nome do meu
Partido, o PSDB, neste tempo de Liderança, Vereador-Presidente, sem usar a
estratégia do um minuto de silêncio, porque, afinal de contas, até pelo modo
sempre brincalhão que o Rene teve diante da vida, colocando momentos de alegria
nos encontros que ele tinha com os muitos amigos que sempre teve, eu acho que a
homenagem maior que se pode prestar a uma pessoa como ele não é, na verdade, um
minuto de silêncio; é pedir para que as pessoas lembrem do Rene exatamente como
o conhecemos: uma pessoa que gostava da vida, gostava de brincar, gostava dos
seus amigos e gostava de fazer com que as pessoas que estivessem ao seu redor
também estivessem muito bem. Parabéns para quem teve uma trajetória assim.
Afinal de contas, todos nós, um dia, vamos morrer, ou seja, esse será o destino
de todo mundo. De uma forma ou de outra - a gente nunca sabe o que está escrito
no livro do destino -, ninguém vai escapar disso, nós também vamos, algum dia,
embarcar nessa viagem. O Rene a faz agora, mas ele deixa grandes exemplos e uma
multidão de amigos, entre eles este daqui, um amigo muito simples, mas que
resolveu, na tribuna da Câmara Municipal, com a condição de representar uma
parcela da população, dizer ao Rene Lang: muito obrigado por tudo aquilo que
você representou na nossa vida e na vida de tantas outras pessoas com as quais
você manteve relacionamento.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Luiz Braz. Eu passo a
direção dos trabalhos ao Ver. Toni Proença.
(O
Ver. Toni Proença reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Adeli Sell está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. ADELI SELL: Ver. Toni Proença, minha saudação,
dirigindo os trabalhos neste momento; colegas Vereadoras, colegas Vereadores,
eu queria a atenção de um modo especial, que sempre tenho, pelo menos sempre
tive até agora, do Líder do Governo, Ver. Valter Nagelstein. Eu sou obrigado,
aqui, meu caro Valter, a ser muito duro numa cobrança que fiz num Grande
Expediente há alguns dias sobre a situação do Centro, em especial do Mercado
Público Central. Hoje pela manhã, eu recebi cinco telefonemas pedindo socorro
para a situação do Mercado Público. Por exemplo: não dá mais para usar os
banheiros. Fui lá verificar in loco,
ao meio-dia. Houve uma briga entre dois cooperados daquela famosa cooperativa
que eu inúmeras vezes denunciei aqui. É a verdadeira e efetiva “Copertrampo,
Copergato”, como queiram. Infelizmente, esse é o linguajar que se usa hoje para
essas falsas cooperativas que infernizam a vida do serviço público, não apenas
aqui, mas em outras instituições. Inclusive, o Ministério Público do Rio Grande
do Sul propôs alguns TACs para órgãos da municipalidade. Por exemplo, o
Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas, que tinha a mesma cooperativa que
trabalha aqui nesta Casa, coibiu de continuar com seu contrato dentro do HMIPV,
por uma decisão assinada pelo seu diretor. No
Ministério Público, já há algo nesse sentido contra uma ou mais cooperativas.
Na FASC, onde nós temos infelizmente quatro cooperativas, Ver. Valter
Nagelstein, uma delas, a Meta, que fiz uma denúncia, resultou no fechamento de
parte do CAFF – Centro Administrativo Fernando Ferrari –, tal era a situação de
lambança desta cooperativa.
Então,
nós temos que tomar medidas concretas. Mas no Mercado não fica só nisso. Há um
problema generalizado de questões no Mercado. Sei que hoje uma pessoa que
trabalhava na segurança, não suportando mais a situação, pediu as contas. É
difícil alguém, num momento de crise, pedir as contas. Já tivemos uma greve, no
ano passado, na área de segurança, porque a empresa era falcatrua do primeiro
ao quinto. Nós temos vários problemas: lixeiras jogadas pelo chão; não há nem
varrição; há teia de aranha em todos os cantos; as escadarias estão um perigo –
nós já solicitamos medidas de segurança, porque já vi pessoas idosas caindo no
Mercado Público.
Verª
Maria Celeste, a situação é de calamidade no entorno do Mercado. Há dinheiro no
Funmercado, e não se resolve o problema das calçadas quebradas em todo o
entorno do Mercado Público. Não dá mais para viver essa situação, meu caro Ver.
Pujol, que é um apreciador do Centro. Onde os caminhões descarregam e é feita a
lavagem desses caminhões pela manhã, principalmente dos peixeiros, fica
empossada aquela água, porque toda a parte do meio-fio, o leito da rua, a via
está toda esburacada. Há, por exemplo, um poste que foi colocado para pôr um
aviso, e quebraram a calçada, o poste está ali, sem aviso. A situação é muito
complicada. Nós não podemos mais continuar com esta situação.
Portanto
quero fazer um apelo à Liderança do Governo. Não é uma questão de dizer que
está tudo errado, que está tudo mal. Faça-se justiça. Eu dialoguei com o DMLU;
o DMLU fez uma limpeza, fez uma faxina em todo aquele espaço onde estavam os
ambulantes. Fez uma faxina, com esguicho!
No
Centro nós temos problemas: à noite toda a Rua Jerônimo Coelho está tomada. Eu
já solicitei uma reunião com a FASC para conversarmos sobre essa situação. Um
dia sim outro também tem que ser feita uma lavagem em torno do Tribunal de
Justiça, tal é o mau cheiro.
Nós
precisamos fazer um mutirão para guardar o Centro de Porto Alegre, para cuidar
do Centro de Porto Alegre. Há pouco o Ver. Chiodo me consultava sobre uma
atividade na Praça Daltro Filho. Somo-me aos Vereadores no resguardo do Centro
de Porto Alegre e do Mercado Público. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Ver. Adeli Sell.
O
Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo
Governo.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores,
Ver. Adeli, quero agradecer a V. Exª, reconhecer o trabalho que faz em prol da
nossa Cidade, reconhecer a dedicação que tem em relação ao Centro de Porto
Alegre, reconhecer que não é a primeira vez que uso esta tribuna para fazer os
devidos alertas em relação à situação do nosso Mercado Público, e quero
informar a V. Exª que já conversei com o Secretário Idenir Cecchim, da SMIC,
que, por sua vez, fez os devidos contatos com o diretor do Mercado Público. Nós
estamos, Presidente Toni Proença, Srs. Vereadores, tomando as providências
necessárias para que essas situações sejam corrigidas. Portanto, eu espero, já
nos próximos dias, poder trazer a Vossas Excelências informações e uma nova
realidade que vai se constituir no nosso Mercado Público É bem verdade, Ver.
Pujol - e outro dia eu ainda disse ao Ver. Adeli que é uma questão cultural
nossa também, e quando eu digo “nossa”, eu diria de toda a população da nossa
Cidade, mas que não é diferente no restante do nosso País -, o desapreço que
nós temos pelo patrimônio público. Qualquer equipamento público que nós
venhamos a colocar nas ruas, passam-se alguns dias, e, infelizmente, nós vamos
encontrar esse equipamento depredado. São telefones públicos, são paradas de
ônibus, são praças, bancos de praças. Prédios públicos que nós venhamos a
pintar, no dia seguinte eles estão completamente pichados; o nosso viaduto aqui
da Av. Borges de Medeiros, da mesma forma, se passarmos ali, Ver. Toni Proença,
chega a ser triste, porque, logo após a pintura, e ainda como herança do último
Fórum Social Mundial, há poucos dias, disse aqui na TVCâmara, estavam ali duas
frases que não querem dizer absolutamente nada, senão essa expressão do
desapreço ao patrimônio público: “O capitalismo é um tigre de papel” e “Viva a
heróica resistência do povo iraquiano”. O que isso tem a ver com Porto Alegre?
Nada; na verdade, é a depredação e a depreciação do patrimônio público. Então é
importante que atendamos a isso, que olhemos com atenção isso, mas é importante
também que as pessoas que estão nos ouvindo se conscientizem da sua
responsabilidade no que diz respeito ao zelo pelo patrimônio público. Porque
senão isso será um verdadeiro saco sem fundo, quer dizer, demanda-se do
Município que conserte, demanda-se do Município que mantenha, demanda-se do
Município que construa, e, no dia seguinte, já está depredado. Então cabe a nós
também, cabe às pessoas que nos ouvem, que nos assistem, que nos acompanham
pela TVCâmara que façam a sua parte.
Quero,
aproveitando esse tempo de Liderança, dirigir minha palavra a um querido
Vereador da nossa base que ontem se manifestou, e hoje novamente, e por quem
tenho o maior apreço, o maior zelo, o maior carinho, que é o Ver. Alceu
Brasinha. Ele fez uma manifestação específica dirigida a um empreendimento da
nossa Cidade, cumprimentando o Prefeito pela interdição desse condomínio. Quero
só reparar algumas coisas, a bem da verdade. Não há que se cumprimentar o
Prefeito, porque não foi dele a iniciativa de promover a interdição do
Carrefour da Av. Sertório. A nossa visão e o nosso posicionamento é de absoluto
respeito, e, mais do que isso, queremos que empreendimentos dessa natureza se
instalem na nossa Capital. Empreendimento que gera 800 empregos diretos, que
implica o investimento de quase 40 milhões de reais, que só por meio do Sine
Municipal empregou mais de 300 jovens, que é o Carrefour da Av. Sertório, muito
bem-vindo. Obviamente que não fazemos distinção entre empreendimentos pequenos
ou grandes, porque para nós, Ver. Toni Proença, é importante termos
empreendimentos grandes - eles fazem uma espécie de ancoragem -, mas também
empreendimentos pequenos: os pequenos mercados de bairro, os pequenos armazéns,
todos esses empreendimentos sem distinção de tamanho ou de natureza são
bem-vindos para a Prefeitura Municipal. Portanto, não foi uma iniciativa do
Prefeito, foi uma necessidade a uma adaptação legal, e isso foi que determinou,
por meio da Empresa Pública de Transportes e Circulação, uma interdição para
que o empreendimento fizesse as adequações que são necessárias, mas não há
ojeriza, não há preconceito, não há afastamento na nossa visão de Governo em
relação aos empreendimentos. Nós queremos que todos os empreendimentos que
redundem no aumento da arrecadação de impostos de Porto Alegre, no aumento do
número de postos de trabalho e no próprio desenvolvimento da nossa Cidade sejam
bem-vindos. E continuem vindo a Porto Alegre, porque Porto Alegre vai continuar
recebendo esses empreendimentos de braços abertos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver.
Valter Nagelstein.
Não há nenhuma proposição para a Ordem do Dia.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 16h48min.)
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